Quarenta e um bombeiros e especialistas em resgates de desastres foram destacados pelo governo brasileiro para ajudar a encontrar desaparecidos na Turquia, onde um terremoto de magnitude 7,8 graus na escala Richter devastou a região central do País.
Também severemente afetada pelos terremotos desta semana, a Síria, país dividido por uma guerra civil, não teve ajuda oficialmente anunciada pelo Brasil até esta quarta-feira (8).
O terremoto seguido de mais de 70 réplicas até esta quarta-feira (8) já matou mais de 11,2 mil pessoas nos dois países. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até o fim das buscas o número suba para cerca de 20 mil pessoas. Não há informação sobre brasileiros mortos, feridos ou desaparecidos.
Equipe
Dois aviões da Força Aérea Brasileira levarão à Turquia nesta quarta-feira (8), com voos previstos para o meio da tarde, 22 bombeiros, dois médicos militares e dois integrantes da Defesa Civil do Estado de São Paulo, além de seis bombeiros de Minas Gerais, seis do Espírito Santo e três integrantes do Centro Nacional de Desastres.
Quatro cães de salvamento também fazem parte da equipe. São três cadelas da raça pastor-belga-malinois e uma labradora.
Também serão enviados equipamentos específicos para ocorrências de busca e resgate em estruturas colapsadas, como escoras, ferramentas hidráulicas e pneumáticas rompedores para estruturas, além de barracas que servirão como posto de comando, abrigando os equipamentos e a tropa.
Nos próximos dias, os governos do Distrito Federal, Rio de Janeiro e outros estados que contam com bombeiros, médicos e socorristas especializados nesse tipo de resgate também podem enviar mais profissionais para os trabalhos de resgate no Oriente Médio.
Desde as primeiras horas da manhã, os primeiros voluntários ficaram de prontidão para embarcar para a Turquia a partir de São Paulo.
"É uma equipe qualificada, que tem certificação pelo escritório da ONU [Organização das Nações Unidas] para desastres. É uma equipe que vai levar alento para essa população", disse o capitão André Elias, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, à Rádio BandNews FM.
Na segunda-feira (6), logo após o terremoto o Itamaraty afirmou que estava “providenciando formas de oferecer ajuda humanitária às populações afetadas pelo terremoto”.
“Não há, até o momento, notícia de brasileiros mortos ou feridos”, diz o governo brasileiro.
Segundo a nota, as embaixadas do Brasil em Ancara e Damasco, bem como o consulado-geral do Brasil em Istambul, estão acompanhando os desenvolvimentos no terreno, em regime de plantão.
Comunidade internacional
Nesta quarta-feira (8), a Bélgica também enviou à Turquia especialistas em resgate.
Ao todo, cerca de 40 nações enviaram algum tipo de ajuda à Turquia e à Síria. A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que os sírios precisam “urgentemente” de auxílio, também se dizendo pronta para enviar apoio. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também presta suporte.
Um dos principais aliados da Síria, a Rússia enviou dez unidades das Forças Armadas, com mais de 300 soldados, de acordo com o ministério da Defesa do país. Essas tropas se concentram principalmente em Aleppo, Hama e Latakia.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tambem autorizou auxílio imediato aos países. Ele conversou com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
O Catar e o Kuwait, por sua vez, anunciaram a abertura de pontes aéreas e envio de equipes especializadas, incluindo veículos, suprimentos para o inverno e material para montagem de hospitais de campanha.
Também haverá auxílio de tropas da França e Espanha, totalizando mais 200 pessoas. O mecanismo de resposta a crises foi ativado na União Europeia para coordenar as ações de ajuda.
O presidente da Coreia do Sul, mYoon Suk-yeol, disse estar pronto para ajudar a Turquia “de todas as maneiras possíveis”, relembrando a aliança na Guerra da Coreia.
Também serão enviadas mais de 15 toneladas de equipamento de busca e resgate da Holanda.
Outras nações que decidiram apoiar as operações de busca e resgate são Iraque, Palestina, Áustria, Reino Unido, Paquistão, Alemanha e República Theca, com suprimentos médicos de emergência, primeiros socorros e suprimentos de abrigo e remédios e combustível.
Além dos países, organizações civis também providenciaram auxílio humanitário, como a Médico Sem Fronteiras. A Cruz Vermelha Internacional também lançou um fundo para assistência.