O Instituto Butantan e a Fiocruz só devem começar a fabricar insumos para as vacinas a partir do segundo semestre. Até lá, a produção de vacinas no país continua dependendo de matéria-prima importada.
O Instituto Butantan espera receber a matéria-prima da China para produzir cinco milhões e meio de doses da Coronavac ainda este mês. Assim que o material estiver aqui, começa o envase dos frascos.
A fábrica do Butantan tem capacidade para envasar 1 milhão de doses por dia. Depois, as vacinas passam por testes de qualidade e questões burocráticas até serem distribuídas.
Da chegada do imunizante no Butantan até a aplicação no braço das pessoas, deve levar cerca de 20 dias. Um segundo lote, com insumos para mais 5 milhões e meio de vacinas, também está previsto e deve chegar até o dia 20 de fevereiro.
A preocupação com a falta de insumos chamou a atenção para um problema antigo: a dependência que a indústria farmacêutica brasileira tem de matérias-primas importadas. Segundo a associação que representa o setor, cerca de 95% dos insumos utilizados no país vêm de fora, principalmente da Índia e da China.
Os contratos firmados pelo Butantan e pela Fiocruz com laboratórios estrangeiros também preveem a transferência de tecnologia. Ou seja, o repasse do conhecimento científico e tecnológico para que o Brasil possa fabricar o chamado IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), que permite a produção das vacinas. A previsão do Butantan é ter uma produção 100% nacional a partir de outubro. Já a Fiocruz prevê a sua para agosto.
Até lá, o Brasil vai precisar contar com material importado para não precisar interromper a vacinação.