
Na delação premiada de Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro afirmou que o ex-candidato à vice-presidência sugeriu bancar mobilização do golpe de Estado com verbas do Partido Liberal. O vídeo da delação de Cid teve seu sigilo retirado pelo STF nesta quinta-feira (20).
Segundo Cid, o general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira afirmou que não tinham recursos para administrar a trama golpista. Então, Braga Netto sugeriu pedir ao PL, partido de Bolsonaro, a bancar a mobilização. "Até pelo início das conversas, eles falaram que precisavam gente do Rio, achei que era para encorpar as manifestações", afirmou.
"Mas no documento Copa 2022 estava descrito que precisavam de hotel, carro, passagem aérea e o valor de R$ 100 mil eu que falei, não tinha ideia de gasto", pontuou Cid.
Ele conta que o partido negou o pagamento para a trama golpista. "Braga Netto então disse que iria procurar por outros caminhos. E pouco tempo depois ele me entregou uma caixa de vinho com dinheiro. Não contei e aí o De Oliveira veio buscar o dinheiro", afirmou.
Cid conta que a busca por verba para alimentar o golpe de Estado começou logo após uma reunião na casa de Braga Netto, em novembro de 2022. A operação se chamaria 'Punhal Verde e Amarelo'. "A conversa era nesse nível, de fazer algo para ter mobilização em massa, uma ação com repercussão para o Exército fazer alguma coisa, um estado de sítio, mas tudo sem saber o que fazer", contou.
"Não tinha nada específico, detalhado. E aí começaram a surgir ideias, como mobilizar os caminhoneiros para parar o país, bloquear estradas e quando as ideias chegaram, tive que sair da reunião mais cedo porque o Braga Netto considerou que eu era muito próximo do Bolsonaro", relembrou.