Braga Netto chama 'golpe dentro do golpe' de 'tese fantasiosa' e reafirma lealdade a Bolsonaro

Segundo apurações, Braga Netto integraria um gabinete de crise após o assassinato de Lula e Alckmin e, na sequência, buscaria estar à frente do governo

Da redação

A defesa do general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Bolsonaro, chamou de "tese fantasiosa e absurda" a informação de que haveria um "golpe dentro do golpe", que seria liderado por ele após a conclusão do plano de matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB) após as eleições de 2022.  

Segundo apurações, Braga Netto faria parte de um gabinete de crise após a morte das autoridades e almejaria tomar a frente do governo, no que foi classificado como um "golpe dentro do golpe".  O general, Jair Bolsonaro (PL) e outras 35 pessoas foram indiciadas nesta quinta-feira (21) no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado.

Em nota, a defesa diz que "repudia veementemente a criação de uma tese fantasiosa e absurda em parte da imprensa de que haveria um 'golpe dentro do golpe'".  

"Lembra, ainda que, durante o governo passado, [Braga Netto] foi um dos poucos, entre civis e militares, que manteve a lealdade ao Presidente Bolsonaro até o final do governo em dezembro de 2022 e a mantém até os duas atuais, por crença nos mesmos valores e princípios inegociáveis."  

Ao compartilhar o posicionamento da defesa, Braga Netto também escreveu no X, antigo Twitter, que "nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assassinar alguém".

A Polícia Federal (PF) aponta o ex-ministro como a principal autoridade no planejamento do golpe de Estado. Segundo a investigação, o plano de matar Lula e Alckmin foi discutido na casa dele. A reunião teria ocorrido em 12 de novembro de 2022.

A investigação aponta ainda que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estava sendo monitorado, pelo menos, desde aquele mês Segundo a PF, o monitoramento pode ter começado logo após a reunião.  

A nota da defesa de Braga Netto diz ainda que "acredita que a observância dos ritos do devido processo legal elucidarão a verdade dos fatos e as responsabilidade de cada ente envolvido nos referidos inquéritos, por suas ações e omissões".  

"Por fim, é vital levantar a questão a quem interessa este tipo de ilação e suposição fora do contexto do inquérito legal, que ainda não foi disponibilizado oficialmente para as defesas dos interessados", diz a nota. 

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