Em sabatina no parlamento britânico, o primeiro-ministro Boris Johnson prometeu continuar no cargo, apesar da polêmica envolvendo denúncias contra aliados do Partido Conservador por assédio. A declaração foi dada na manhã desta quarta-feira (06).
Debandadas do primeiro escalão agravam a crise em torno do premiê. Dois importantes ministros pediram demissão: Rishi Sunak, das Finanças, e Sajid Javid, da Saúde. Os gestores, em carta, mencionaram a dificuldade de Johnson em comandar o governo.
A crise que envolve o governo acontece em meio à renúncia do vice-líder da bancada conservadora após denúncias em que ele teria assediado dois homens num clube fechado enquanto estava bêbado. Chris Pincher enviou carta ao premiê e citou atitudes das quais se envergonha.
Pressionado, o primeiro-ministro suspendeu Pincher do partido, mas relatos de 2019 apontam que Johnson sabia dos comportamentos inadequados do aliado. Inicialmente, o premiê negou as acusações. Depois de cinco dias, ele resolveu pedir desculpas ao dizer que tinha conhecimento dos fatos.
No Reino Unido, a população não vota no primeiro-ministro, mas, sim, nos parlamentares, os responsáveis pela escolha do governante. Na guerra de braço, vence o partido que tiver a maioria. Neste caso, o Partido Conservador, que tende a não apoiar a manutenção do cargo de Johnson.