O acordo milionário da Prefeitura de São Paulo com a União em torno do Aeroporto Campo de Marte está gerando discussão. O Ministério Público vai investigar no negócio, aprovado pela Câmara Municipal.
O aeroporto abrange uma área de dois quilômetros quadrados. O local foi ocupado pela aeronáutica em 1932, depois da derrota de São Paulo na Revolução Constitucionalista. Em 1958, a prefeitura entrou com uma ação judicial para recuperar a área. Só agora o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), e o presidente, Jair Bolsonaro (PL), fecharam um acordo por R$ 25 bilhões.
Pelo valor, a União fica com o Campo de Marte e São Paulo deixa de recolher anualmente R$ 3 bilhões da dívida que tem com o Governo Federal. Pelo uso do local, a União teria de pagar à cidade de São Paulo cerca de R$ 49 bilhões, ou seja, a capital paulista estaria abrindo mão do terreno e de R$ 24 bilhões.
“Resolve o litígio de 1958, que a gente não teria expectativa de receber esse recurso e a prefeitura concretamente resolve a sua dívida de R$ 25 bilhões”, disse o prefeito da capital paulista ao defender o negócio.
Apesar de críticas de alguns parlamentares, a câmara de vereadores aprovou o acordo. “Esses R$ 3 milhões que vão deixar de pagar, como serão investidos? Aonde será seu principal investimento? É o que a gente precisa saber”, questionou o vereador Senival Moura (PT).