A empresária Anne Frigo, suspeita de ser mandante do homicídio do próprio namorado, morreu no último fim de semana na casa onde vivia, em São Paulo, em decorrência de um câncer no cérebro.
A milionária foi presa em junho de 2021, mas teve a prisão domiciliar concedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) em novembro, quando recebeu o diagnóstico do tumor e passou por uma cirurgia para removê-lo.
Desde então, Anne Frigo realizava o tratamento em prisão domiciliar.
Caso Anne Frigo
Anne Frigo é suspeita de mandar matar o companheiro, Vitor Lúcio Jacinto. Segundo a investigação, ela encomendou o assassinato a um funcionário do casal, o corretor de imóveis Carlos Alex Ribeiro de Souza, que recebeu R$ 200 mil para executar a vítima.
Vitor foi encontrado morto no dia 18 de junho em uma área perto da represa de Guarapiranga, em São Paulo.
Dois dias antes, Carlos foi visto entrando no condomínio onde o então amigo morava para buscá-lo. Os dois iriam, em tese, visitar terrenos, mas se tratava, na verdade, de uma armadilha.
“Ele simplesmente virou, pegou a arma e deu um tiro no Vitor com o carro em movimento”, descreveu a delegada Magali Celeghin Vaz. “Com uma mão só. O Vitor estava abaixado mexendo no celular. Ali, o Carlos pegou a pistola e deu um disparo", completou.
Depois do crime, Anne ficou com o celular de Vitor e passou a mandar mensagens para ela mesma, para não levantar suspeitas. A empresária ainda comemorou o aniversário no dia 19 com as amigas.
Vídeo: quem é a milionária Anne Frigo
Investigações
Os dois investigados foram ouvidos duas vezes cada pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), da Polícia Civil de São Paulo. Anne ficou em silêncio na primeira vez, mas falou na segunda que Carlos teria cometido o crime por paixão por ela.
Carlos, por sua vez, deu depoimentos semelhantes nas duas vezes. Em ambas, relatou em detalhes o acordo com Anne e confessou o homicídio.
Os investigadores ainda descobriram que Anne tinha um plano de fuga para o exterior, mas ela foi presa antes de embarcar.
A quebra do sigilo telefônico foi essencial para entender a relação do casal com Carlos. Vitor tinha amantes e gravava as relações sexuais que tinha com elas – especialmente com garotas de programa. Os vídeos eram mandados para Carlos, que fingia ser amigo dele, pegava o material e encaminhava para Anne ficar sabendo das traições.
Anne e Carlos foram presos no dia 29 de junho. Ele confessou o crime, mas disse que não recebeu a quantia combinada. Ela nega as acusações.
Os dois respondem por homicídio duplamente qualificado, fraude processual, ocultação de cadáver e furto.