Falta de remédios em postos de saúde de SP coloca vidas em risco

Segundo denúncias, o problema tem sido recorrente na capital paulista

Leonardo Zvarick, no Bora SP

Uma pesquisa recente mostrou que pelo menos 52 medicamentos apresentaram irregularidades no fornecimento da rede pública de saúde na cidade de São Paulo. Entre outubro e novembro, 6.538 pacientes relataram dificuldade para conseguir remédios de uso contínuo pelo SUS. 

Há 10 anos Márcio da Silva, produtor de eventos, faz uso contínuo de dois medicamentos para controlar a pressão: besilato de anlodipino e losartana potássica. Normalmente, ele consegue os remédios gratuitamente pelos SUS, mas há mais de um mês os estoques estão zerados em todos os postos de saúde do bairro em que ele mora, na zona norte da capital paulista. 

“Isso é recorrente no final de ano e no começo de ano sempre falta remédio. Somos pessoas de grupo de risco sem o remédio ou sem nada você poder ter um AVC, um infarto, coisas do gênero ou até pode vir a falecer”, disse. 

Morador da zona sul, o analista de RH, Julianilson de Souza enfrenta dificuldade parecida. No início da pandemia, começou a usar sertralina, um remédio para controlar crises de ansiedade. Quando foi na UBS do bairro na semana passada, o medicamento estava indisponível.

“Nenhuma UBS tem esse medicamento atualmente. Estou com sete comprimidos na cartela e se não chegar até sexta eu vou ter que ser obrigado a comprar na farmácia e gastar dinheiro do próprio bolso”, disse Julianilson. 

“Tá faltando medicamento não é porque o medicamento não tem no Brasil é porque de verdade a gestão pública não tem comprado o medicamento no tempo certo e isso atrasa o fornecimento aos pacientes”, explicou Priscila Torres, coordenadora do Medicamento no Tempo Certo

Procurada, a secretaria municipal de Saúde informou que os medicamento sertralina e losartana potássica estão em processo de compra, mas não deu prazo para normalizar os estoques na cidade. O besilato de anlodipino já foi comprado e está em processo de distribuição.

Por meio de nota, o órgão explicou ainda que o aumento de preços e escassez de alguns produtos no mercado interferiu nos processos de compra durante a pandemia

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