A biomédica Júlia Moraes, que teve o registro profissional usado nos laudos emitidos pelo laboratório acusado de infectar pacientes de transplantes com HIV, afirmou que teve o registro falsificado pelo estabelecimento.
“Nunca trabalhei no Rio de Janeiro nunca viajei para o Rio de Janeiro. Só fui e passei dois dias no Rio de Janeiro, e nem visitei os lugares turísticos. Eu só fui de São Paulo para Recife. As duas vezes que eu trabalhei como biomédica foi em São Paulo. Então eu não tenho realmente nada a ver com toda essa históri”, disse a biomédica para a Band TV.
Após a denúncia feita pela Band de pessoas infectadas por HIV em transplantes, a equipe de reportagem do Bora Brasil teve acesso aos documentos que comprovam os erros nos resultados dos exames.
“Eu fiquei muito chateada, muito chocada mesmo, de estar sendo vinculada a uma história tão séria, com as consequências tão grandes para pessoas que não tinham nada a ver. Pessoas que estavam esperando uma doação de órgãos e agora estão infectados com HIV”, completou Júlia.
O laboratório foi interditado após uma vistoria feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que não encontrou os kits de exame e nem os comprovantes de compra do material.
Após o escândalo denunciado com exclusividade pelo jornalismo da Band, o Ministério Público e a Polícia Civil iniciaram investigações sobre possível fraude dos testes de HIV. Existe a possibilidade que o laboratório sequer tenha feito os exames pelos quais recebeu pagamento.
A PCS Saleme tem capital social declarado de R$ 21 mil. Mas, só no ano passado, abocanhou mais de R$ 20 milhões do estado do Rio, chegando a atender 14 hospitais estaduais.