Um novo vídeo exibido no Bora Brasil nesta quarta-feira (15) mostra Fernando Sastre de Andrade Filho aparentemente alterado, falando com a voz arrastada, cerca de 13 minutos antes de dirigir um Porsche em alta velocidade, bater e matar o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana no dia 31 de março, na zona leste de São Paulo (SP).
As imagens foram gravadas pelo celular depois que o empresário, a namorada, Giovanna Pinheiro da Silva, e os amigos Marcus Vinicius Machado Rocha e Juliana de Toledo Simões (a responsável pela filmagem) saíram de uma casa de pôquer. Antes, o grupo havia frequentado um restaurante.
No vídeo, as mulheres perguntam onde ele quer ir, que, dentro do carro, responde com a voz pastosa, e elas dão risada.
- Giovanna: Quer apanhar?
- Fernando: Vamos jogar sinuca.
- Juliana: Vamos o que, Fernando?
- Fernando: Vamos jogar sinuca. Vai!
- Giovanna: Eu não! Você vai sozinho, tchau. Eu vou embora com eles.
A defesa nega que ele havia ingerido álcool naquele dia. Em depoimento à polícia, ele também disse que não tinha bebido.
Porsche acima da velocidade
Imagens de câmeras de segurança mostram que, após sair da casa de pôquer, Fernando Sastre entrou no carro, com Marcus Vinicius no banco de passageiro, e mais à frente, na avenida Salim Farah Maluf, bateu contra o Sandero de Ornaldo, que morreu no local. O amigo do condutor ficou gravemente ferido e chegou a ser internado mais de uma vez.
O Porsche estava a 156 km/h na avenida que tem limite de 50 km/h, segundo o Ministério Público. O empresário, depois de ser considerado foragido, foi preso no dia 6 de maio por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima e encaminhado à penitenciária de Tremembé, conhecida por abrigar condenados de crimes de grande repercussão.
Vídeo de policial
Vídeos das câmeras corporais dos militares que atenderam a ocorrência mostram um policial e um bombeiro dizendo que Fernando Sastre estava alcoolizado.
“Estavam um pouco etilizados esses caras, né?”, diz o bombeiro. “Sim, sim”, confirma o policial.
Em outras imagens divulgadas antes, outra policial chega a perguntar a um colega se há algum equipamento para o teste de bafômetro. Ele nega e, então, ambos pegam um breve depoimento do empresário. A mãe, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, acompanha e tenta a todo momento retirá-lo da cena do acidente.