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Usina pode ser multada em até R$ 50 mi por peixes mortos no Rio Piracicaba

Morte de três toneladas de peixe é investigada no interior paulista. Após a emissão do laudo final da Cetesb, a multa aplicada poderá variar de R$ 500 a R$ 50 milhões

LUCIMEIRE RAMALHO

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), agência responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição, deve anunciar até sexta-feira (19) a punição contra uma usina que está sendo investigada pela mortandade de milhares de peixes no Rio Piracicaba. 

Segundo a prefeitura do interior paulista, após a emissão do laudo final pela Cetesb, a multa aplicada na usina poderá variar de R$ 500 a R$ 50 milhões. “A prefeitura continua monitorando a qualidade da água do rio e também pretende exigir do responsável o repovoamento, com a soltura de alevinos (peixes jovens)”.

O odor alterado do rio e a mortandade dos peixes foram notados no dia 7 de julho. No dia seguinte, a Cetesb identificou que a fonte poluidora que causou a morte dos animais era a Usina São José, instalada no município vizinho de Rio das Pedras, no interior de São Paulo. 

Segundo a Cetesb, a agência aguarda a conclusão das análises laboratoriais das amostras recolhidas no Rio Piracicaba para embasar o processo administrativo que definirá a penalidade a ser aplicada contra a usina, que produz álcool e açúcar.  

“Técnicos da agência ambiental de Piracicaba já constataram que a mancha de efluentes contaminados lançados pela empresa na semana passada chegou à localidade de Tanguá e provocou a mortandade de peixes”, declarou a Cetesb em nota.

“No dia 15/07, foi feita inspeção e medição de oxigênio dissolvido (OD) no Córrego da Pinga, confirmando que a contaminação atingiu também este curso d'água. A Cetesb mantém uma investigação e monitoramento constante ao longo do Rio Piracicaba e até o próximo dia 19/07, anunciará a punição cabível à usina”, completou a agência. 

A Usina São José S/A Açúcar e Álcool informou, em nota, que está acompanhando as investigações sobre a mortandade de peixes no Rio Piracicaba e suas possíveis causas. “Cabe lembrar que as operações da usina estavam interrompidas desde 2020, tendo sido retomadas somente em maio deste ano, e que nos últimos 10 anos houve mais de 15 ocorrências dessa natureza na região”, declarou a empresa. 

A usina disse ainda que adota as melhores práticas do ponto de vista ambiental “e não poupa esforços para colaborar plenamente com a Cetesb, a Polícia Ambiental e o Ministério Público”. 

A prefeitura de Piracicaba informou que recolheu 2,97 toneladas de peixes mortos na área urbana do município. Os peixes mortos foram descartados para não permitir contaminação do solo ou da água.

Com informações da Agência Brasil

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