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Fuga em presídio de Mossoró completa 1 ano; muralha deve ser entregue apenas em 2026

Em 14 de fevereiro de 2024, Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento realizaram a primeira fuga do sistema prisional federal da história

da redação com ALINE LINHARES

A construção de uma muralha no presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte, começou em janeiro deste ano e deve ser concluída entre 12 e 18 meses, segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Ela deve custar cerca de R$ 28,6 milhões. 

A obra foi anunciada como uma das medidas de segurança após a fuga de dois detentos do presídio de segurança máxima – a única registrada no sistema prisional federal – que completa um ano nesta sexta-feira (14). 

Além disso, foram anunciadas a eliminação dos pontos cegos de iluminação e a instalação de grades que fecham o acesso direto ao telhado pela parte interna da unidade.

Além da muralha, o governo comprou 17 viaturas semiblindadas por R$ 3,9 milhões. Na parte de tecnologia e monitoramento, R$ 530 mil foram aplicados em equipamentos eletrônicos, o que inclui 730 itens ligados ao Circuito Fechado de Televisão – como televisores, drone e porteiros eletrônicos –, 194 câmeras digitais de qualidade alta, aquisição de storages para armazenar imagens de segurança por 30 dias, cinco catracas com reconhecimento facial, 16 novos leitores faciais, dois scanners de inspeção por raio-X e monitoramento da via de acesso com reconhecimento de placas.

Sobre as investigações internas ocorridas depois da fuga do ano passado, foram divulgados a suspensão de quatro chefes de plantão, a instauração de três procedimentos administrativos disciplinares contra servidores envolvidos e termos de ajustamento de conduta assinados por 17 servidores.

Série de falhas estruturais

Segundo o Ministério da Justiça, o relatório final da Polícia Federal deve ser apresentado nesta sexta-feira (14), mas algumas conclusões foram adiantadas. As investigações mostra que a fuga dos dois detentos da Penitenciária de Mossoró foi resultado de uma série de falhas estruturais, tecnológicas e de procedimento. 

As instalações apresentavam degradação e erro de projeto, além de usar tecnologias obsoletas ou inoperantes. Foram identificadas também falhas significativas nos procedimentos operacionais e na observação dos protocolos de segurança. Não surgiram indícios de participação de terceiros, servidores ou colaboradores.

A fuga em Mossoró 

A captura dos fugitivos ocorreu em 4 de abril do ano passado, em um trecho da BR-222 próximo à cidade de Marabá (PA), a cerca de 1,6 mil quilômetros de distância da unidade de segurança máxima de onde Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento escaparam em 14 de fevereiro. 

A fuga foi a primeira registrada no sistema penitenciário federal desde que ele foi criado, em 2006, para isolar lideranças de organizações criminosas e presos de alta periculosidade. 

Além de capturar Mendonça e Nascimento, os agentes federais prenderam outros quatro homens, suspeitos de ajudar os fugitivos. Três carros e um fuzil foram aprendidos durante a ação, que exigiu o fechamento de uma ponte, onde os criminosos foram encurralados.

A unidade potiguar estava passando por uma reforma interna. Investigações preliminares indicaram que eles usaram ferramentas que encontraram largadas dentro do presídio para abrir o buraco por onde fugiram de suas celas individuais. 

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