Ucranianos simpáticos à Rússia descartam invasão

Repórter Yan Boechat conversou com moradores Kozacha Lopan, no Leste da Ucrânia

Bora Brasil, com informações da AFP

A população de vilarejos próximos da fronteira ucraniana com a Rússia afirmam que é pouco provável uma invasão militar russa à região.

Em Kozacha Lopan, no Leste da Ucrânia, a menos de dois quilômetros do território russo, o repórter enviado da Band Yan Boechat afirma que a população não acredita em uma invasão dos vizinhos, que tradicionalmente já circulam por lá. 

Na região, a maior parte da população fala russo, com menor sentimento nacionalista, embora afirmem ter orgulho de ser ucranianos.  

"Muitos têm parentes na Rússia. Aqui pouca gente acredita que vá haver uma invasão russa, apesar de aqui do lado haver algumas dezenas de milhares de soldados russos mobilizados há algum tempo”, destaca Boechat.  

Imagens de satélite da empresa americana Maxar mostram supostos "múltiplos novos deslocamentos de campo de equipamentos blindados e tropas" russas, que saem de instalações militares existentes nos bosques e campos situados a entre 15 e 30 quilômetros da fronteira da Rússia com a Ucrânia, informa uma mensagem da empresa.

Yan Boechat destaca, no entanto, que na região de fronteira a população demonstra pouco temor.  

"Conversando com as pessoas aqui, elas afirmam que não conseguem entender essa relação agressiva que a Rússia tem com a Ucrânia. Para eles, toda a região faz parte de um território muito maior do que simplesmente um país, a Ucrânia ou a Rússia. Para muitas pessoas mais velhas aqui, que nasceram na época da União Soviética, tudo isso aqui é parte de uma grande irmandade, de uma grande nação", conta.

O Kremlin, sede do governo russo, destacou nesta segunda-feira (21) que é "prematuro" falar de um encontro entre os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Joe Biden, dos Estados Unidos.  

A França afirmou que ambos os chefes de Estado aceitaram participar de uma reunião de cúpula proposta para evitar uma invasão russa da Ucrânia, em um novo esforço diplomático para conter a crise.  

A Casa Branca confirmou a disposição de Biden de participar de uma reunião com Putin.

A proposta do presidente francês, Emmanuel Macron, seria de realizar em seguida um encontro com "todas as partes envolvidas" em que seria abordada "a segurança e a estabilidade estratégica na Europa", afirmou o Palácio do Eliseu.  

Paris destacou, no entanto, que o diálogo "não poderá acontecer se a Rússia invadir a Ucrânia".  

Itamaraty pede que brasileiros deixem a região

A Embaixada do Brasil em Kiev, na Ucrânia, emitiu um comunicado no sábado (19) aos brasileiros que estão no país pedindo que evitem visitas às províncias de Donetsk e Luhansk, regiões dominadas por separatistas pró-Rússia. 

Segundo a Embaixada, a recomendação está no "contexto do aumento das violações de cessar-fogo registradas na linha de contato no leste da Ucrânia”. 

Para os brasileiros que já estão nesses locais, a orientação é para que deixem as províncias imediatamente.

Tensão na Europa

Rússia e Ucrânia, país vizinho, vivem tensões diplomáticas que ameaçam desencadear uma invasão militar russa sobre o território ucraniano.  

O governo de Vladimir Putin quer garantias de que a Ucrânia não entre na Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan), uma aliança militar liderada pelos EUA com países da Europa Ocidental, criada após a II Guerra Mundial.

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