Já foram ouvidas 20 pessoas em seis dias de julgamento sobre a tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria (RS). Ontem, o juiz Orlando Faccini Neto perdeu a paciência com advogados e promotores.
“Não é possível que a gente esteja em um processo em que aparentemente só o juiz quer leva-lo ao seu desfecho, vamos trabalhar, vamos ouvir as pessoas, contenham-se. Que isso? Há interesses relevantes em jogo aqui", disse.
Durante a tarde e à noite aconteceram mais três depoimentos. Todos de familiares de réus, que estavam na boate na noite da tragédia. Eles foram interrogados como vítimas.
O promotor de eventos, Stenio Fernandes disse que a casa de show não usava artefatos pirotécnicos e respeitava a capacidade máxima de público.
Um dos depoimentos foi da mulher de um dos sócios da Kiss, Elissandro Spohr. Ela disse que um engenheiro orientou a instalação da espuma onde começou o incêndio e que o marido não sabia que a banda usaria fogos.
Já Márcio dos Santos, integrante da banda que tocava na noite do incêndio e irmão de um dos réus, negou que Spohr não soubesse do show pirotécnico. "Ele sabia que a banda utilizava? é isso que eu estou perguntando. sim!", disse.
Nesta terça-feira (07) mais três pessoas serão ouvidas. O primeiro a prestar depoimento é Venâncio da Silva Anschau, técnico de som da banda Gurizada Fandangueira, testemunha da defesa do vocalista Marcelo de Jesus, que está no banco dos réus.
Na sequência Nivia da Silva Braido, arquiteta indicada pelo Ministério Público. Ela teria sido consultada informalmente por Elissandro Spohr para uma reforma no local, e Gerson da Rosa Pereira, que era chefe do Corpo de Bombeiros de Santa Maria (RS).