Tiktoker síria foi repatriada pela FAB: 'Agradeço por ter filhas brasileiras'

Hania Shukri morou no Brasil em 2019 e estava no Leste da Turquia para ficar mais perto da família

De Ankara, Narley Resende

Hania tem mais de 30 mil seguidores no Tik Tok. Ela encontrou na internet um caminho para contar histórias. Ela tem muitas. Foi ao Brasil pela primeira vez aos 28 anos, onde viveu por dois anos com o marido, para tentar reconstruir a vida. O casal havia fugido dos horrores da guerra civil na Síria.

No Brasil, eles tiveram duas filhas brasileiras: Júlia e Jade. Por falta de oportunidades de trabalho e sem poder voltar para a Síria, Hania Shukri e Rami Nasched resolveram ir para o mais perto possível da família, para o Leste da Turquia, em Kadirli, a 590 km de Ankara, capital do país. Dois anos depois a cidade escolhida foi parcialmente destruída pelo terremoto mais devastador dos últimos cem anos.

"Nós estávamos falando fazia um mês com uma pessoa que queria nos ajudar com trabalho, na Turquia, mas tudo acabou com o terremoto", diz Hania. 

Quando soube que o Brasil havia enviado missão humanitária para a Turquia, Hania pediu ajuda na Embaixada Brasileira. Quatro dias depois do terremoto, a família recebeu a notícia da chegada do avião da Força Aérea Brasileira. Às pressas, eles foram até o ponto de encontro dos repatriados em Ankara e conseguiram embarcar no AirBus 330 no sábado (11). 

"Agradeço por ter filhas brasileiras", disse Hania ao repórter Narley Resende, da Band, que acompanhou a missão humanitária na Turquia

A viagem é cansativa, principalmente para as crianças. Até por que, com mais de 15 horas no ar, este pode ser o voo direto mais longo já feito pela FAB com passageiros. A volta com os repatriados entrou para a história em vários sentidos.

A família sírio-brasileira já tinha contatos no Brasil. Rami Nasched conta que eles conseguiram trabalho e já têm onde ficar. 

“Nós temos um conhecido no Brasil que ofecereu muita coisa pra gente: casa, ajuda, trabalho e ele ficou impressionado com o meu currículo - isso foi antes do terremoto.  Nós já tínhamos feito uma ligação por vídeo. Ele ficou bem satisfeito e disse que estaria nos esperando em Joinville, Santa Catarina. Nós estamos ansiosos por um futuro melhor para as nossas filhas”, relata.

Já em solo brasileiro, a família deu os primeiros passos para o recomeço.

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