SP registra 48 mil denúncias de ameaças contra mulheres no 1º semestre de 2023

Após ser ameaçada por um funcionário da TIM, a cantora Bruna Volpi informou que está na casa de familiares. ‘A gente espera qualquer coisa', declarou à Band

Por Norah Lapertosa

O crime de ameaça aterroriza milhares de mulheres no Brasil. Só no primeiro semestre de 2023, foram mais de 48 mil denúncias em São Paulo, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública. O número representa um aumento de 66,2% em relação ao mesmo período do ano passado. 

A cantora Bruna Volpi foi ameaçada de estupro neste mês por um executivo da operadora TIM, Guilherme Marconi Camargos Castro, que ainda afirmou ter acesso ao número de telefone da vítima.

“Eu estou ficando na casa de familiares, até ter a certeza de que as coisas estão bem porque um cara desse, que faz esse tipo de discurso, esse tipo de ameaça, a gente espera qualquer coisa dele”, declarou a cantora ao Bora Brasil. 

Ameaçar mulheres é uma atitude covarde e criminosa, que tem consequências, mesmo se o crime for cometido virtualmente. As vítimas devem denunciar, afinal podem sofrer graves prejuízos psicológicos, além de se privarem do direito de ir e vir. 

A advogada criminal Priscila Pamela dos Santos, com ampla atuação na defesa de mulheres vítimas de violência, alerta que o tempo da impunidade para esses crimes, acabou. “É possível sim encontrar as pessoas, ainda que via perfis fakes que estejam praticando essas ameaças via internet. Então, essa impunidade que se imagina não é real”, pontuou.

No caso de Bruna Volpi, para se defender, Guilherme alegou que a conta foi hackeada, mas registrou um boletim de ocorrência contra a vítima, não contra o hacker. 

“É uma tese defensiva para dizer que não partiram dele essas ameaças, ameaças gravíssimas de crime de estupro, então acredito que ele tenha entendido ali um mecanismo de defesa para dizer ‘nao fui eu, minha conta foi hackeada’. Se, de fato, essas ameaças partiram dele, ele terá aberto uma ocorrência falsa”, reforçou a advogada. 

Em nota, a TIM afirmou que afastou o executivo do cargo e reforçou o compromisso de não compactuar com qualquer tipo de violência ou discriminação a quem quer que seja. Eles também afirmaram que não houve nenhum acesso aos dados pessoais da Bruna, tampouco o empregado, por suas funções, tem acesso a perfis de clientes pessoa física.

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