Sequestrador de ônibus no RJ estava sem tornozeleira eletrônica, diz delegado

Delegado do caso, Mário Jorge, declarou que o sequestrador se envolveu em um roubo no último domingo próximo à comunidade da Rocinha, onde disparou contra traficantes. Ele tem outras passagens pela polícia

Da Redação com Clara Nery

“Ele não estava com a tornozeleira. Ele tem passagem pelo 6º DP em 2019 e tem outras passagens em Minas, inclusive entrei em contato com o delegado do estado para saber os tipos penais que ele (Paulo Sérgio) responde”, declarou o delegado. 

Segundo o delegado do caso, Paulo Sérgio de Lima declarou que teria tido problemas com traficantes, mas estava com receio de que policiais estivessem atrás dele e indagou: “se o problema é com traficantes, qual o receio dos policiais?”. 

Durante a lavratura do procedimento de flagrante, dois homens estiveram na delegacia e reconheceram o criminoso como autor de um roubo em uma van no último domingo (10). Paulo teria roubado um cordão de ouro de uma das vítimas que estiveram no local. No DP, o sequestrador usava esse colar. 

Durante o roubo, ele ordenou que o veículo parasse na frente da comunidade da Rocinha, correu para dentro da favela e os passageiros foram atrás e se depararam com um grupo de traficantes. “Apontaram o Paulo como autor do roubo, os traficantes foram em direção a ele, que ficou nervoso e, temendo pela sua integridade, efetuou disparos contra esses traficantes. Segundo o depoimento da vítima, atingiu o traficante com um estilhaço”, declarou. 

“Ontem, ele decidiu fugir para Juiz de Fora e, já no interior do ônibus, o veículo teve uma pane, que forçou o motorista a pedir socorro. Nesse momento, ele pensou que seria detido por pessoas ligadas ao tráfico ou por policiais. Quando os dois passageiros entraram, sendo um deles o Bruno, achou que fossem policiais, fez menção de entregar a arma de fogo, o senhor que estava atrás do Bruno correu e nesse momento Paulo fez o disparo na direção dos dois, alvejando infelizmente o Bruno”, pontuou o delegado. 

Segundo o delegado, o sequestrador do ônibus atirou porque imaginou que pessoas que estavam do lado de fora do veículo iriam atirar nele, após o senhor correr por não estar entendendo a situação, e começou a efetuar disparos contra essas pessoas. 

Entenda o caso

O sequestro começou no meio da tarde desta terça-feira (12). O homem teria atirado em duas pessoas com uma arma de fogo e abordado o ônibus da viação Sampaio, que iria para Juiz de Fora, em Minas Gerais. 

Em nota à Band, a concessionária informou que houve uma confusão na plataforma central. Policiais e bombeiros foram ao local. 

Testemunhas contaram à repórter da Band Rio Priscila Xavier que foi tudo muito rápido. Elas afirmaram que o homem entrou em um ônibus e começou a atirar com uma pistola. Logo depois, policiais foram acionados e negociaram com o sequestrador.

Estado de saúde do Bruno 

Bruno Lima da Costa, de 34 anos, baleado durante o sequestro de um ônibus na tarde desta terça-feira (12), segue em estado grave, mas estável, após passar por cirurgia. A vítima foi transferida para o Instituto Nacional de Cardiologia (INC). 

Segundo o Secretário de Saúde do Rio, Daniel Soranz, os disparos atingiram os pulmões e o coração de Bruno. De acordo com ele, a vítima só não morreu porque foi levada rapidamente ao hospital. O primeiro atendimento foi realizado no Souza Aguiar. 

A assessoria de imprensa do INC informou que ainda não há definição de uma nova cirurgia, já que um dos projéteis segue alojado no corpo da vítima, e a situação será reavaliada nas próximas horas. Bruno está internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) da unidade de saúde. 

Bruno Lima da Costa foi baleado após ser confundido com um policial militar pelo criminoso. Uma segunda vítima foi atingida por estilhaços e teve ferimentos leves. Ela precisou de atendimento no posto de saúde do terminal rodoviário e passa bem. 
 

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