O jornalismo da Band teve acesso ao retrato falado de um dos suspeitos de envolvimento na execução do empresário Vinícius Gritzbach, delator do PCC morto no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
O retrato falado, divulgado 20 dias após o início das investigações, mostra um homem com camisa preta e boné branco. A investigação chegou a imagem a partir de análises de câmera de segurança.
Após o crime, os suspeitos saíram de carro do terminal e abandonaram o veículo a cerca de seis quilômetros do Aeroporto de Guarulhos. Na sequência, eles fugiram a pé e entraram em um ônibus. Eles fizeram todo o trajeto com cabeças baixas para dificultar a identificação por parte da polícia.
Até o momento, a força-tarefa montada pela Secretaria de Segurança Pública do estado já conseguiu identificar dois suspeitos de envolvimento no crime: Kauê do Amaral Coelho, de 29 anos, o olheiro que estava no aeroporto; e Matheus Augusto de Castro Mota, apontado como o fornecedor dos carros usados no crime.
Morte do delator do PCC
Um tiroteio no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, nesta sexta-feira (8), teve como alvo o empresário Antônio Vinicius Gritzbach, que acabou executado após ser atingido por 10 disparos de fuzil e metralhadora. A ação criminosa, com pelo menos 30 disparos, feriu outras duas pessoas e causou a morte de um motorista de transporte por aplicativo que estava no local.
O empresário tinha R$ 1 milhão na bagagem em joias no momento que foi baleado. Entre os itens estavam pedras preciosas, colares, correntes, anéis, brincos, pulseiras e até um relógio Rolex.
A suspeita do ataque é atribuída a membros do PCC, já que Vinicius é acusado de mandar matar Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue", seu braço direito. Os dois foram executados a tiros de fuzil no bairro do Tatuapé, em dezembro de 2021. Segundo o Ministério Público, o traficante morto em 2021 era peça-chave da logística do tráfico internacional de drogas e responsável pela rota da cocaína entra a Bolívia, o Brasil e a Europa a partir do Porto de Santos (SP).
A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a execução. A corporação declarou, por meio de comunicado, que a investigação será realizada de forma integrada com Polícia Civil de São Paulo e decorre da função de polícia aeroportuária da instituição. Para investigar a execução no Aeroporto de Guarulhos, a Secretara de Segurança Pública instalou uma força-tarefa, coordenada pelo secretário-executivo da SSP, delegado Osvaldo Nico Gonçalves.
Além dele, participam o delegado Caetano Paulo Filho, do Departamento de Inteligência da Polícia Civil; a delegada do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) Ivalda Aleixo; o coronel Pedro Luís de Souza Lopes, chefe do Centro de Inteligência da PM; o coronel Fábio Sérgio do Amaral, da Corregedoria da PM; e a perita criminal Karin Kawakami de Vicente.
20 dias depois do crime, a polícia fez dois pedidos de prisão para Matheus e Kauê, um ajudou na fuga e o outro foi o olheiro no aeroporto. No entanto, até agora ninguém foi preso. O DHPP também investiga a participação de policiais no assassinato.
Policiais militares que faziam a segurança privada de Gritzbach também estão no alvo da força tarefa. Na última sexta-feira (22), eles sofreram mandados de busca e apreensão. Oito foram afastados das ruas. Cinco policiais civis, incluindo um delegado.