O grupo rebelde que luta contra a junta militar que governa Mianmar declarou um cessar-fogo para permitir a entrada de ajuda humanitária para as vítimas do terremoto de magnitude 7.7, que atingiu o país na última sexta-feira (28). Mais de 2,7 mil pessoas morreram no tremor que também atingiu a Tailândia e o sul da China.
Vídeos mostram o sofrimento que é estar preso em meio aos escombros. Duas meninas, de 13 e 16 anos, com a avó, de 75, ensanguentada. Foram 15 horas de desespero e gritos de socorro em um bolsão de ar até serem resgatadas.
Em outro resgate, uma mulher de 63 anos foi encontrada com vida 91 horas após o terremoto. Muitas pessoas podem estar na mesma situação, mas a cada dia que passa a chance de encontrar alguém diminui.
Oficialmente, são mais de 2,7 mil mortos, mas estimativas apontam que podem ser mais de 10 mil. A cada dia, novas valas comuns são abertas.
Em Sagaing, epicentro, os corpos se acumulam mais rápido do que a capacidade de enterrá-los. A destruição trouxe não apenas o colapso de prédios e pontes, mas também o desmoronamento de qualquer estrutura de assistência humanitária.
A situação em Mianmar já era muito difícil antes mesmo do terremoto, com pobreza e um golpe militar que já dura quatro anos. Algumas cidades pequenas foram completamente destruídas e, talvez, nunca mais sejam reconstruídas. Isso significa que alguns vilarejos podem ter sido varridos do mapa.
Vídeos falsos de destruição inundam redes sociais. Imagens geradas por inteligência artificial e vistas milhões de vezes mostram ruínas que não existem, incêndios que não aconteceram, rostos que nunca viveram a dor do terremoto.