Autoridades de Israel confirmaram, nesta quinta-feira (17), que o principal líder do grupo extremista Hamas, Yahya Sinwar, foi morto durante uma operação terrestre no sul da Faixa de Gaza.
Yahya Sinwar é considerado um dos principais arquitetos do ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, que deixou 1,2 mil israelenses mortos e capturou 250 reféns. Ele coordenava a ala militar do Hamas há anos e foi nomeado líder do grupo após o assassinato do ex-líder Ismail Haniyeh em Teerã, no Irã, em julho.
Em pronunciamento após o anúncio da morte de Yahya Sinwar, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou o ocorrido como o "começo do fim", mas alertou: "Isso não significa que a guerra acabou."
Quem foi Yahya Sinwar
Yahya Sinwar nasceu em 1962 no campo de refugiados de Khan Younis, no sul de Gaza, em uma família que estava entre os milhares de palestinos expulsos de uma região conquistada por Israel durante a guerra de 1948.
Ele foi um dos primeiros membros do Hamas, que surgiu do ramo palestino da Irmandade Muçulmana, em 1987, quando Gaza estava sob ocupação militar israelense.
Entre os palestinos, ele era respeitado por permanecer em Gaza, em contraste com outros líderes do Hamas que vivem mais confortavelmente no exterior.
Sinwar nunca procurou construir uma imagem pública. Ele era conhecido como o "Açougueiro de Khan Younis", por sua abordagem brutal com os palestinos suspeitos de colaborar com Israel.
Sempre desafiador, Sinwar encerrou um de seus poucos discursos públicos convidando Israel a assassiná-lo.
Preso por Israel no final da década de 1980, ele admitiu em interrogatório ter matado 12 palestinos que supostamente colaboraram com Israel. Ele acabou sendo condenado a quatro prisões perpétuas por crimes que incluíam o sequestro e assassinato de dois soldados israelenses.
Na prisão, ele se tornou o líder das centenas de membros do Hamas que estavam encarcerados. Sinwar organizou greves, aprendeu hebraico e estudou a sociedade israelense.
Em 2008, Sinwar sobreviveu a uma forma agressiva de câncer cerebral após tratamento em um hospital de Tel Aviv e, em 2011, foi libertado com outros mil prisioneiros em troca de Gilad Schalit, um soldado israelense capturado pelo Hamas. Ele ficou detido por 22 anos.
Em 2018, chegou a trocar mensagens com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, dizendo que estava cansado da guerra e que queria transformar Gaza em uma sociedade pacífica.
Cinco anos depois, surpreendeu o exército israelense: mais de 1,2 mil pessoas mortas no ataque terrorista de 7 de outubro.
A morte de mais uma liderança é um grande abalo para o Hamas, que já perdeu quase toda sua principal cúpula. Os líderes que continuam vivos estão exilados no Qatar, longe dos mísseis israelenses.
Como Yahya Sinwar morreu
Segundo autoridades israelenses, Sinwar morreu durante uma operação terrestre no sul da Faixa de Gaza, quando três militantes do Hamas foram mortos. A identidade do líder do grupo terrorista foi confirmada após resultado de exame de DNA.