Projeto de lei para regulamentar peeling de fenol é protocolado na Assembleia de SP

Proposta veio após morte de empresário que passou pelo procedimento na capital paulista

Por Maira Di Giaimo

Um projeto de lei que prevê a regulamentação da aplicação do peeling de fenol no estado foi protocolado nesta quarta-feira (12) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

A proposta é do deputado Rogério Nogueira (PSDB) e, segundo o texto, “restringe a realização do procedimento estético denominado ‘Peeling de Fenol’ aos profissionais médicos, preferencialmente com especialização em dermatologia ou cirurgia plástica”.

O debate se intensificou após a morte de Henrique Silva Chagas, de 27 anos. O empresário passou pelo tratamento em São Paulo (SP), na clínica de Natalia Becker, que não tem formação em medicina. A advogada informou que a influenciadora fez cursos livres on-line de estética e comprou o fenol na internet.

Segundo o porta-voz do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), o paciente só deve fazer o procedimento com um profissional capacitado e depois de passar por exames prévios, como de sangue e eletrocardiograma.

“Por ser um procedimento extremamente invasivo, o paciente tem que estar monitorizado. No momento em que [o produto] é aplicado, há repercussões clínicas, no coração, fígado e rins”, explica Alexandre Kataoka, cirurgião plástico e coordenador do departamento de comunicação do CREMESP.

O que é peeling de fenol?  

O fenol é um ácido forte usado na indústria farmacêutica e cosmética. No peeling, ele é indicado para tratar o envelhecimento da pele, diminuindo rugas, manchas e cicatrizes. Também costuma ser usado no tratamento da acne e para reduzir lesões pré-malignas.

O peeling de fenol atua causando uma severa, porém controlada inflamação na pele para estimular a descamação, “renovando” o tecido. O procedimento só pode ser feito por médicos dermatologistas ou cirurgiões plásticos que tenham especialidade, já que o ácido pode causar reações alérgicas e cardiovasculares.

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