Com a chegada do inverno, normalmente os casos de dengue começam a baixar no Brasil, mas, devido às mudanças climáticas, isso pode não acontecer neste ano.
Gabrielle Cabral, de 26 anos, teve dengue hemorrágica, o tipo mais grave da doença. Hoje recuperada, ela não esquece o que passou.
Começou a agravar e eu tive sangramento na urina. Eu fiquei cerca de 4 dias com muito sangue. Foi muito ruim.
Há pouco mais de um mês, quando a Gabrielle teve o diagnóstico, a cidade de São Paulo bateu recorde e registrou mais de 104 mil casos de dengue. Só para se ter ideia, é quase a mesma quantidade de casos registrados em todo o ano de 2015 – o pior ano da doença até então.
Mesmo com a aproximação do inverno, a dengue ainda preocupa bastante. Com as mudanças climáticas e o planeta cada vez mais quente, especialistas acreditam que a doença deve perder a sazonalidade, que é o aparecimento da dengue em períodos mais quentes do ano. Por isso, os profissionais de combate ao mosquito não descansam.
“O combate depende de cada pessoa, cada cidadão no seu imóvel precisa procurar locais com acúmulo de água parada. Se cada um fizer sua parte, estaremos contribuindo para prevenir doenças”, explicou Cristiane Motta de Faria, coordenadora da vigilância ambiental.
“Entre a eclosão do ovinho até o aparecimento do mosquito adulto, temos uma média de 10 dias. Então se a gente faz a inspeção uma vez por semana dos criadouros na nossa própria casa, teoricamente da nossa própria casa não está saindo nenhum mosquito. Mas o seu vizinho também tem que fazer isso, porque quando o mosquito cresce ele voa e não vai ficar necessariamente na residência em que ele estava quando era uma larvinha”, disse Rafael Freitas, pesquisador em Saúde Pública.
Neste ano, o país já teve mais de 6 milhões de casos de dengue e mais de 4 mil mortes.
“E quem está na faixa etária que pode se vacinar não pode desperdiçar essa oportunidade”, completou Gabrielle Cabral.