A prefeitura de São Paulo investiga 11 mortes suspeitas de intoxicação por drogas K, que aguardam o resultado de laudo laboratorial do Instituto Médico Legal (IML).
Em três anos, o número de casos suspeitos de intoxicação pelo entorpecente cresceu 4.200% na cidade de São Paulo. A prefeitura começou a notificar os casos em 2021, com 25 registrados. Em todo o ano passado, foram 1.098 pessoas com suspeita de intoxicação.
Um relatório epidemiológico da Secretaria de Saúde, obtido pela Band, mostra que 60% desses casos suspeitos são de homens entre 15 e 51 anos.
Dos dez primeiros bairros que lideram os casos de intoxicação por drogas K, sete estão na Zona Leste de São Paulo. A Vila Jacuí aparece na primeira posição, com 208 casos, e, na sequência, está Itaquera, com 96.
O que são as drogas K?
K9, K2, K4 e spice são todos nomes para se referir à mesma droga, conhecida também por causar "efeito zumbi".
Ela é também chamada de maconha sintética ou de supermaconha, mas não tem nada da planta na composição; é uma mistura de compostos químicos que agem nas mesmas partes do cérebro que a versão natural, mas com 100 vezes mais potência.
Criada no início dos anos 2000, quando ainda levava somente os nomes de K2 ou spice, a forma de uso mais comum hoje é como se fosse um cigarro.
Traficantes misturam substâncias químicas em laboratórios improvisados e o líquido e borrifado numa espécie de tabaco, que é fumado pelo usuário.
Quais são os efeitos da K2, K4 ou K9?
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo aponta os seguintes efeitos:
- Vômito e salivação excessiva;
- Sonolência;
- Desorientação;
- Dificuldade de respirar;
- Desmaios;
- Convulsão;
- Lesões, queimaduras ou vermelhidão na pele, boca e lábios;
- Alterações súbitas do comportamento ou estado de consciência.