O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse nesta quarta-feira (29), em entrevista exclusiva ao Bora SP, que há “50% de chance” de haver reajuste na tarifa da passagem de ônibus na capital.
"A gente está fazendo um esforço gigantesco para não aumentar a passagem, até pelo momento que estamos vivendo. Manter a tarifa é uma estratégia inclusive da retomada econômica da cidade. Temos caixa [dinheiro para subsídio até o final do ano]. [A chance de manter R$ 4,40] é de 50%”, declarou.
Como antecipou a reportagem da Rádio Bandeirantes, na semana passada o prefeito se reuniu com os secretários de Transporte, da Fazenda e representantes da SPTrans para entender o orçamento e os gastos do município na área. O aumento da tarifa e o possível subsídio do governo federal esteve na pauta. Um novo encontro deve acontecer nesta semana.
Nova greve em SP
Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo estão em greve nesta quarta-feira (29) depois de não chegarem a um acordo com os patrões sobre uma série de reinvindicações.
No último dia 14, a categoria já havia realizado uma paralisação das atividades. Na ocasião, conseguiu um reajuste salarial de 12,4%, mas não obteve outras melhorias que eram solicitadas, como a hora do almoço remunerada e a participação nos lucros.
"Estamos aqui na SP Trans com o nosso jurídico acompanhando e aguardando o julgamento que será às 15h. Se a gente tinha uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para poder definir os itens que ficaram pendentes, não tem o menor sentido o sindicato ter deflagrado essa greve causando transtorno e levando sofrimento para 1,5 milhão de pessoas”, criticou Ricardo Nunes.
É irresponsável o que estão fazendo. Poderia ter sido aguardado. Não teria porque fazer essa greve hoje.
“Eles precisam ser responsabilizados pelo descumprimento de uma decisão judicial. A situação de hoje é pela segunda vez de uma forma totalmente desrespeitosa a população de São Paulo e ao judiciário”, completou.
Empresas de ônibus investigadas
Nunes afirmou, por fim, que não acredita que as empresas que são suspeitas de ligação com o crime organizado tenham relação com a paralisação.
“Eu creio que não tenha ligação. As empresas que estão na investigação são empresas que estão funcionando em 100%. Então não teriam interesse nas ações irresponsáveis do sindicato."