Um policial matou um suspeito durante uma abordagem na Vila Barraginha, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, na noite de sábado (16), e familiares afirmam que foi uma execução.
A PM (Polícia Militar) diz que foi acionada para apurar disparos de arma de fogo que estariam sendo feitos durante uma festa. A denúncia, segundo a PM, indicava que Marcos Vinicius Couto, de 29 anos, conhecido como "Marquinhos", estaria com uma arma e ameaçando os participantes da festa.
Quando chegaram ao local, os policiais abordaram um homem de 29 anos. Vídeos do momento da abordagem mostram que o policial levou um homem para atrás de uma Kombi e fez três disparos. A PM afirma que o homem tentou pegar a arma do policial.
Familiares e conhecidos da vítima contestam a versão da PM e afirmam que a confusão teve início quando o homem resolveu tirar satisfação com um vizinho que estaria se vangloriando no bairro por ter engravidado uma criança de 12 anos.
Marquinhos, que já estaria bêbado, teria ido para cima de outro morador, que estava armado. Eles teriam discutido, Marquinhos tomou a arma dele e, depois disso, teria dado coronhadas no vizinho.
Os moradores falam que não houve disparos, ao contrário do que disse a PM.
Em vídeos, uma mulher que se identifica como irmã de Marquinhos grita dizendo que ele não havia feito nada para ser baleado pelos policiais.
A OAB-MG (Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais) recebeu denúncias sobre ações de policiais na Vila Barraginha, em Contagem. Eles são acusados de matar e ameaçar moradores por falta de pagamento de propina.
A PM afirma que conduta do militar será investigada pela corregedoria da corporação.
No domingo (17), a porta-voz da PM, Major Layla Brunella, disse, em coletiva de imprensa, que a vítima era chefe do tráfico no local, o que familiares negam.
Há exatamente um mês, dois homens morreram na mesma vila durante uma ação policial. À época, o caso foi alvo de manifestação de moradores.