Em entrevista ao Bora Brasil, da TV Bandeirantes, nesta quinta-feira (06), a pneumologista Margareth Dalcomo, pesquisadora da Fiocruz, defendeu um isolamento menor do que o de 14 dias para os infectados pela Covid-19.
“Eu discuti pessoalmente com o secretário [municipal de Saúde do Rio de Janeiro] Daniel Soranz e nós optamos então para um isolamento de sete dias completos, que nós já estávamos fazendo com os doentes que estamos acompanhando, para quem tenha algum sintoma e que dura 5, 6 ou 7 dias e para quem não tem nenhum sintoma é completamente assintomático o isolamento de cinco dias”, disse.
Dalcomo destacou que a recomendação é semelhante à do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. “Eu particularmente acho bastante razoável considerando que a doença está acometendo as pessoas na maior parte vacinadas”, explicou.
A cidade do Rio de Janeiro reduziu de 14 para sete dias o afastamento domiciliar para infectados pela Covid-19, mas somente para as pessoas que foram vacinadas nesta quinta-feira (06).
Já a Prefeitura de São Paulo envia também nesta quinta-feira (06) ao Ministério da Saúde um ofício solicitando a redução da quarentena para os moradores da capital paulista.
A pesquisadora da Fiocruz explicou que a cepa ômicron possui características diferentes e apesar de uma transmissão mais rápida ela consegue ser diagnosticada mais cedo e o que faz com que o tempo de transmissão também seja menor.
“É muito importante que as pessoas tenham a consciência que é preciso estarem vacinadas, completamente imunizadas e com doses de reforço, todas a pessoas acima de 18 anos devem estar vacinadas. Agora estamos entrando no momento em que vamos vacinar nossas crianças”, disse.
Vacinação de crianças
“É muito lamentável que não tenhamos conseguido assegurar nossas crianças recebam duas doses da vacina antes de entrar no ano letivo. Isso nos entristece e foi um atraso difícil de se justificar. Nossa outra preocupação é ter vacina suficiente para darmos pelo menos uma dose da vacina antes das crianças voltarem as escolas”, disse.
A pneumologista ainda explicou que o cenário ideal seria assegurar o tempo de quatro semanas de intervalo entre as doses, mas que infelizmente isso não será possível.