O papa Francisco proclamou, neste domingo (20), durante a Missa na Praça de São Pedro, a canonização do beato italiano José Allamano por um milagre que teria ocorrido na Amazônia brasileira na década de 1990.
Ele é fundador dos Missionários da Consolata, congregação criada em Turin, na Itália, há mais de um século.
Segundo a organização Consolata América, o milagre que levou à canonização ocorreu em 1996, no estado de Roraima, ocasião em que Sorino, indígena yanomami, foi atacado por uma onça na floresta e teve o crânio rompido e a massa cerebral exposta.
Para quem viu, era uma morte na certa e os xamãs já preparavam a despedida do yanomami. Porém, mesmo contra a vontade da aldeia, Sorino foi levado para um hospital em Boa Vista a pedido das irmãs missionárias da Consolata, congregação presente em 17 países e que tem um olhar todo especial para os povos originários.
A chance de Sorino sobreviver era mínima, mas as missionárias nunca deixaram de pedir a intercessão do agora santo José Allamano pela recuperação do homem, o que se realizou e ele, então, voltou à comunidade indígena. Ele ainda está vivo e mora em Roraima.
O processo para o reconhecimento de santidade é longo, árduo. Mas a comunidade que tinha certeza que Allamano estaria, um dia, no catálogo dos santos da igreja católica.