Pantanal registra quase 900% de aumento nos focos de queimadas em 2024

Levantamento da ONG WWF-Brasil aponta que o bioma já registrou 880 focos de queimadas nos primeiros cinco meses deste ano

Bruno Callegari

Com chuvas abaixo das médias históricas desde o ano passado, o Pantanal registrou em 2024 um aumento de 898% no número de queimadas em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo análise da ONG WWF-Brasil baseada em dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 

Com 880 focos de queimada, o valor acumulado nos primeiros cinco meses de 2024 é o segundo maior dos registros nos últimos 15 anos, ficando atrás somente de 2020, quando foram reportados 2.128 casos. 

Segundo a ONG, o avanço das queimadas reforça os alertas feitos por especialistas de que a seca severa no bioma poderá aumentar o número de incêndios de grande escala, comparáveis aos que devastaram 30% de suas áreas naturais em 2020.  Apenas no mês de maio, foram registrados 246 focos de queimadas no bioma, contra 33 em maio de 2023. 

A temporada de seca, porém, ainda está em seu início. Historicamente, os incêndios no Pantanal se concentram entre os meses de agosto e outubro, com um pico em setembro. 

A análise indica que as chuvas escassas e irregulares nos primeiros meses do ano foram insuficientes para transbordar rios e conectar lagos e o Rio Paraguai, o principal do bioma.

Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam também o crescimento do número de focos de queimada em outros biomas brasileiros. 

Na Amazônia, foram registrados 10.647 casos nos cinco primeiros meses deste ano, um aumento de 107% em relação ao mesmo período no ano passado (5.103). O valor é 131% superior à média dos três anos anteriores (4.580).

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