Paciente morre após transplante de rim errado no Rio de Janeiro

O homem, que não precisava da operação, foi confundido com outro que tinha o nome parecido

Clara Nery, no Bora Brasil

Um transplante de rim na pessoa errada causou a morte do paciente no Rio de Janeiro. Duas médicas e duas assistentes sociais foram indiciadas. O homem, que não precisava da operação, foi confundido com outro que tinha o nome parecido. 

Francisco das Chagas de Oliveira, de 58 anos, e Francisco das Chagas de Oliveira Moura, de 52 faziam sessões semanais de hemodiálise no Hospital São Francisco na Providência de Deus, na zona norte do Rio de Janeiro.

Mesmo com idades, pesos, tipos sanguíneos, dados pessoais diferentes, apenas um deles precisava fazer o transplante de rim. O Francisco que não precisava do transplante foi chamado, levado para a mesa de cirurgia e morreu após a operação. 

Ele que sequer estava na fila de transplante, sofreu uma hemorragia durante o transplante e o procedimento foi interrompido. No dia seguinte, ele faleceu. 

O caso aconteceu em outubro do ano passado. A família só entendeu exatamente o que tinha acontecido em maio desse ano, quando foi procurada pela polícia durante as investigações.

Enquanto isso, o Francisco de Oliveira Moura, que precisa da operação com urgência, descobriu que foi retirado da fila de transplante, e precisou entrar novamente na espera. Ele, que continua dependendo da hemodiálise, também só entendeu o caso após contato da polícia.

A Secretaria estadual de Saúde comunicou o caso ao ministério público e à polícia civil, que abriu inquérito. Duas assistentes sociais e duas médicas foram indiciadas por homicídio culposo, sem a intenção de matar.

Em nota, o hospital informou que, após o episódio, criou novos protocolos, com checagem quádrupla de identificação do paciente, para reforçar a segurança.

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