Governador e secretário de Saúde do Amazonas são alvos de ação da PF

Policiais cumpriram 6 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão por suspeitas de fraudes na gestão da pandemia

Da Redação, com BandNews FM e Bora Brasil

O governo do Amazonas é alvo de uma operação da Polícia Federal nesta manhã de quarta-feira (02). As informações são da Samara Souza, da BandNews FM e Isabela Bastos, no Bora Brasil

São seis mandados de prisão temporária e 19 mandados de busca e apreensão. A Polícia faz buscas na casa do Governador do Amazonas Wilson Lima, além da Secretaria de Saúde do Estado.

Segundo as investigações, há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do Governo do Estado, de um hospital de campanha.

A PF diz que os equipamentos não atendem às necessidades básicas de assistência à população atingida pela pandemia, e coloca em risco de contaminação os pacientes e os funcionários da unidade

Policiais foram recebidos a tiros

A PF confirmou que foi recebida a tiros, durante busca ao empresário e dono de um hospital Nilton Lins.

A apuração da BandNews FM Manaus confirmou que o empresário está no Consulado da Suécia em Manaus.

O empresário é pai de duas meninas gêmeas que furaram a fila da vacina e foram imunizadas como funcionárias da Saúde no começo do ano.

O secretário de Saúde Marcellus Campêlo, que é um dos alvos de prisão temporária, está foragido.

Os mandados de prisão temporária são cumpridos na cidade de Manaus e Porto Alegre, além de sequestro de bens e valores.

Essa é a quarta fase da Operação Sangria, que investiga fatos relacionados a possíveis práticas de crimes, como pertencimento a organização criminosa, fraude a licitação e desvio de recursos públicos.

Repercussão e desdobramentos

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu o julgamento para decidir se aceitaria a denúncia da Procuradoria Geral da República e afastava o governador Wilson Lima do cargo. O julgamento seria nesta quarta (2), mas o processo foi retirado da pauta. A nova data marcada é o dia 28 de junho.

O governador e mais 16 pessoas foram denunciadas por fraudes na compra de respiradores.

Lima está entre os governadores convocados para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado, e esclarecer a aplicação de recursos federais repassados para o combate à Covid-19.

A CPI decidiu antecipar os depoimentos dos governadores após a ação da PF e Wilson Lima será ouvido na próxima quarta-feira (10).

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Nota Polícia Federal: 

A Polícia Federal deflagrou hoje (2/6) a quarta fase da Operação Sangria, por meio da qual são investigados fatos relacionados a possíveis práticas de crimes, como pertencimento a organização criminosa, fraude a licitação e desvio de recursos públicos.

A ação da Polícia Federal visa a cumprir 25 mandados judiciais, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), sendo 19 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão temporária, cumpridos na cidade de Manaus/AM e Porto Alegre/RS, além de sequestro de bens e valores.

Segundo as investigações, há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do Governo do Estado, de um hospital de campanha. De acordo com os elementos de prova, ele não atende às necessidades básicas de assistência à população atingida pela pandemia COVID-19, bem como coloca em risco de contaminação os pacientes e os funcionários da unidade.

Verificou-se, ainda, que contratos das áreas de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem, todos os três firmados em janeiro de 2021 com o Governo do Amazonas, cujos serviços são prestados em apoio ao hospital de campanha, contêm indícios de montagem e direcionamento de procedimento licitatório, prática de sobre preço e não prestação de serviços contratados.

Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude à licitação, peculato e pertencimento a organização criminosa e, se condenados, poderão cumprir pena de até 24 anos de reclusão.

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