Operação contra extorsão no Brás mira presidente e ex-presidente do São Caetano

Clube de futebol seria usado para lavagem de dinheiro de organização criminosa, segundo a Polícia Civil

Por Andre Cirri

A Polícia Civil realizou nesta segunda-feira (15) uma operação para combater uma organização criminosa que extorquia vendedores na região do Brás, no Centro de São Paulo. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em São Paulo e São Caetano do Sul.

O foco da operação é uma suposta relação criminosa de Nairo Ferreira de Souza e Manuel Sabino, o primeiro ex-presidente e o segundo atual presidente do time de futebol São Caetano.

As investigações mostraram que o clube de futebol tem usado dinheiro fruto de uma organização criminosa que realizava lavagem de dinheiro. A facção lucrava mais R$ 1,5 milhão por semana, principalmente extorquindo vendedores das feiras do Brás.

Manuel Sabino está em prisão domiciliar. Ele alega estar doente. A mulher dele, Francielle, também está em prisão domiciliar. Ela é dona da loja de lembranças do time de futebol, que foi alvo de um dos mandados.

No apartamento de Nairo de Souza foram encontrados documentos sobre o circuito de compras da "feirinha da madrugada" do Brás, que conectam ele a Sabino.

A polícia também apura a participação ativa de diversos milicianos nas feiras, para manter o esquema criminoso funcionando.

O time São Caetano teria usado o dinheiro fruto do crime para pagar jogadores e diversas outras contas do clube. Em nota, o São Caetano afirmou que a operação da polícia na sede do clube não tem ligação com o trabalho do departamento de futebol: "Lamentamos a exposição a qual novamente o time é submetido pelos canais de comunicação e reiteramos que sempre existiu total colaboração por parte do clube as autoridades de segurança", diz a nota.

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