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Novo tratamento pode fazer brasileira reconsiderar eutanásia na Suíça

Carolina Arruda Leite, de 27 anos, tem neuralgia do trigêmeo, condição rara que provoca ‘a pior dor do mundo’

Por Pedro Corsini

A mineira Carolina Arruda Leite, de 27 anos, reconsidera realizar eutanásia na Suíça após iniciar um novo tratamento para amenizar a “pior dor do mundo”. A jovem tem uma doença chamada de neuralgia do trigêmeo. 

Segundo especialistas, essa condição causa uma das dores mais fortes que o ser humano pode sentir. E ela pode ocorrer por vários motivos, principalmente com a compressão vascular do nervo do crânio. 

A esperança Carolina está em uma internação entre cinco e 15 dias na Santa Casa de Alfenas, no Sul de Minas Gerais, onde realizará um procedimento com o presidente da Sociedade Brasileira para Estudos da Dor (SBED). 

Segundo relato compartilhado por Carolina, o médico fará um procedimento de "reiniciar o cérebro". “Ele vai me colocar em um estado de anestesia e sedação, em que meu cérebro vai descansar um pouco da dor que ele sente. Depois disso, partiremos para outra fase do tratamento”, contou a jovem. 

Quem é Carolina Arruda Leite

Mãe de uma criança de 10 anos, casada e com o sonho de fazer medicina, Carolina convive há 11 anos com a neuralgia do trigêmeo bilateral, uma condição rara e considerada a mais dolorosa do mundo. Após esgotar todas as opções médicas, ela decidiu buscar a morte assistida.

Desde a descoberta, Carolina passou por diversos tratamentos e cirurgias, além de tratamentos com anticonvulsivantes, analgésicos, opioides e antidepressivos, mas nenhum aliviou a dor. Atualmente, a condição da jovem é considerada refratária, ou seja, intratável.

"Sempre adorei ler, estudar e fazer atividade física. Eu queria seguir uma carreira que me permitisse ajudar aos animais, algo pelo qual sou muito apaixonada. No entanto, a dor constante tirou de mim a capacidade de fazer essas coisas, transformando meus dias em uma luta contínua", conta.

O que é neuralgia do trigêmeo bilateral

Condição rara, estudos estimam que de 4 a 13 pessoas são afetadas pela doença a cada 100 mil todos os anos. Normalmente, os pacientes descrevem os sintomas como "a pior dor do mundo".

A principal característica é uma dor lancinante súbita e intensa, que geralmente dura de alguns segundos a dois minutos, normalmente na área da mandíbula. A dor surge de estímulos do dia a dia, como mastigar, falar ou escovar os dentes.  

A maioria dos casos tem origem desconhecida, mas muitos estão associados à compressão do nervo trigêmeo, um dos 12 pares de nervos do crânio que estão ligados diretamente ao cérebro.  

Uma minoria dos casos acontece por conta de esclerose múltipla ou tumores. A maioria dos pacientes responde bem aos medicamentos, que primeiro é feito com anticonvulsivante.  

Se o tratamento medicamentoso falhar ou não for tolerado, tratamentos cirúrgicos estão disponíveis. Além de tratamentos medicamentosos, Carolina já passou por quatro procedimentos cirúrgicos e nenhum trouxe o alívio esperado.

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