Novas imagens mostram detalhes de ação de homem-bomba durante atentado em Brasília

Ataque de Francisco Wanderley Luiz aconteceu na última quarta-feira (13), na Praça dos Três Poderes

Thayane Melo

A Band teve acesso a novas imagens que mostram a ação de Francisco Wanderley Luiz, homem responsável pelos ataques com explosivos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na última quarta-feira (13). 

Na primeira imagem, é possível ver o homem segurando um guarda-chuva E se aproximando de um ponto de ônibus, já bem próximo ao prédio do Supremo Tribunal Federal, por volta das 19h27.

Na sequência, ele vai em direção à estátua “A Justiça”, na Praça dos Três Poderes. Imagens em plano aberto mostram Francisco lançando os explosivos na obra. 

Outro artefato lançado pelo homem não explodiu e ficou no chão. Perto da estátua na frente do Supremo, aparece ainda um extintor de incêndio que tinha gasolina dentro.

Atentado em Brasília

Por volta das 19h30 de quarta-feira, Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, tentou entrar com explosivos na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi abordado pelos seguranças. Vídeos das câmeras de segurança mostram o homem atirando os artefatos em direção à escultura “A Justiça”, que fica em frente ao prédio da Corte e, em seguida, acendendo um explosivo no próprio corpo.

Também foram encontrados artefatos explosivos na casa alugada por Francisco, há quatro meses, em Ceilândia, região administrativa de Brasília, a cerca de 30 quilômetros da Praça dos Três Poderes, e em um carro no estacionamento próximo de um prédio anexo da Câmara dos Deputados.

A Polícia Federal investiga as explosões como ato terrorista e apura se o homem agiu sozinho ou recebeu algum tipo de apoio.

Francisco foi candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul, cidade catarinense do Alto Vale do Itajaí, nas eleições de 2020. Em entrevista à TV Brasil, um de seus irmãos disse que ele estava obcecado por política nos últimos anos, participou de acampamentos em rodovias contra a eleição do presidente Lula e estava com comportamento irreconhecível.

Para o ministro do STF Alexandre de Moraes, o atentado teve como fonte de estímulo à polarização política instalada no país nos últimos anos e o "gabinete do ódio", montado durante o governo do presidente Jair Bolsonaro. O presidente da Suprema Corte, Luís Roberto Barroso, também afirmou que as explosões ocorridas na frente da sede do tribunal revelam a necessidade de responsabilização de quem atenta contra a democracia.

Moraes foi escolhido por Barroso para ser o relator do inquérito que vai apurar as explosões. A escolha foi feita com base na regra de prevenção, pois Moraes já atua no comando das investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

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