O bolo que matou três pessoas em Torres, no litoral do Rio Grande do Sul, antes do Natal, tinha farinha envenenada na mistura. A Polícia Civil acredita que quem sabotou a receita foi a nora da cozinheira. Deise dos Anjos, que está presa, pesquisou na internet o nome do veneno – arsênio – cerca de um mês antes de a sogra Zeli preparar a sobremesa.
"Encontramos níveis elevados de arsênio em todas as vítimas que vieram a óbito. Esses níveis tão elevados indicam a causa da morte por envenenamento”, disse Marguet Mittmann, diretora do Instituto Geral de Perícias do RS.
Seis pessoas comeram o bolo, incluindo Zeli, que teve alta da UTI nesta segunda-feira (6). As irmãs Maida e Neuza morreram, assim como a filha de Neuza, Tatiana. O filho de Tatiana, de 10 anos, também ingeriu o doce e chegou a ser internado, mas foi liberado.
Os policiais acreditam que a nora colocou veneno na farinha da sogra por causa de um desentendimento familiar que aconteceu 20 anos atrás.
“Essas divergências não eram relevantes para nos fazer acreditar em uma sequência tão trágica, porém a gente sabe que a cabeça das pessoas é uma caixa de surpresa e foi uma surpresa para nós também”, afirmou Sabrina Deffente, diretora regional da Polícia Civil no litoral norte.
O corpo do marido de Zeli, que morreu em setembro, será exumado nesta semana. Isso porque a causa da morte teria sido intoxicação alimentar – e a polícia quer fazer exames complementares, já que agora existe a suspeita que ele também pode ter sido envenenado pela nora na ocasião.