As equipes de resgate da Itália localizaram, entre esta quarta (21) e quinta-feira (22), os corpos de cinco ocupantes do iate que afundou na costa da Sicília durante um tornado. A estrutura da embarcação está a uma profundidade de quase 50 metros da superfície, o que dificultou o trabalho dos mergulhadores e exigiu que a retirada das vítimas fosse feita de maneira gradual.
Até o momento, seis pessoas morreram no incidente – um corpo já havia sido localizado na própria segunda (19), dia do naufrágio. Uma vítima segue desaparecida.
Sobre o naufrágio na Sicília
Era uma viagem para celebrar a absolvição na justiça americana em um caso de fraude fiscal. Com o nome limpo, Mike Lynch convidou familiares, executivos e advogados que o livraram da cadeia para um cruzeiro pela Europa em seu “super iate” – uma joia náutica avaliada em R$ 210 milhões.
A embarcação saiu de Londres no começo do mês. A primeira parada foi em Roterdã, na Holanda. Depois, o grupo navegou pela costa da França, Espanha e Portugal, cruzou o estreito de Gilbraltar e seguiu pelo Mediterrâneo até chegar na ilha da Sicília, na Itália, no último fim de semana. A ida até as Ilhas Eólias, um arquipélago em Nápoles, foi interrompida pela tragédia.
Na madrugada da segunda, um raro tornado atingiu a região. Uma imagem captada pela câmera de segurança de uma casa mostra o instante em que a embarcação some no mar, em meio à tempestade.
Um bote salva-vidas foi o que salvou os sobreviventes. O flutuante em formato de tenda abriu automaticamente em meio ao naufrágio. Revestido com tecido que suporta frio extremo, abriga até 12 pessoas, mas comportou 14 adultos e um bebê. Ao todo, 22 pessoas estavam no iate.
Quem são os mortos
- Mike Lynch,
- sua filha Hannah,
- o banqueiro inglês Jonathan Boomer,
- sua esposa Judy,
- o advogado americano Chris Morvillo,
- sua esposa Neda,
- o cozinheiro Recaldo Thomas.
Investigação
Assim que a operação de resgate das vítimas terminar, autoridades italianas vão se debruçar na investigação da tragédia. Entre os sobreviventes está o capitão do iate, que já foi interrogado. Os promotores tentam entender como uma embarcação de 50 metros de comprimento foi a única a naufragar durante a tempestade.
Devido ao forte calor, portas e janelas do iate ficaram abertas – o que pode ter contribuído para que a água entrasse rapidamente. Uma suposta negligência do capitão, que poderia ter atracado mais perto do porto e protegido a embarcação em meio às docas, é outra linha de investigação.