Esporte

Mudanças climáticas forçam clubes e atletas a se adaptarem

Para além das estratégias, o futebol precisa - com urgência - acompanhar o debate sobre a crise climática no mundo

Por Gabrielle Guimarães

  • facebook
  • twitter
  • whatsapp

As pausas para hidratação começaram a fazer parte do futebol brasileiro há quase 10 anos. Uma necessidade diante das mudanças climáticas no país e no mundo. “Nosso planeta vive ciclos de arrefecimento e resfriamento. A gente está passando por um ciclo de aquecimento potencializado por efeitos de gases de efeito estufa”, afirma Guilherme Alves.

O efeito estufa é um processo natural! Mas, a liberação descontrolada de gases gera um aumento de temperatura generalizado, fora do comum. Só no ano passado, o Brasil registrou nove ondas de calor e neste ano de 2024 já foram 8.

E as consequências chegam em todos os setores, inclusive no futebol. “A gente tem sinais de quebras de performance no futebol principalmente por ele ser um esporte de característica de sprints repetidos; O atleta está tendo toda hora que fazer aumento de velocidade, redução de velocidade, de mudança de direção”, afirmou Rodrigo Manda, Coordenador da Área de Fisiologia do COB.

“Durante os jogos tem momentos críticos que não dá para você intervir com hidratação... Então a queda da performance, um pique que ele não consegue chegar, um sprint que ele tem que fazer e não consegue atingir o máximo”, explicou Fred Pozzebon, preparador físico.

Quando as partidas acontecem em temperaturas elevadas, os corpos dos atletas podem chegar a um estado de superaquecimento, o que seria uma barreira no desempenho e na saúde dos jogadores. Para evitar esse estágio, os clubes têm adotado estratégias antes, durante e depois dos jogos.

“No pós-jogo, a gente já faz uma gama muito alta de recover passivo, com as botas, os gelos. O pré-jogo nosso desde a concentração, a gente cobra muito a hidratação, nossa nutricionista abordando os atletas”, conta Pozzebon.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, os horários do dia com temperaturas mais elevadas são entre às duas e às quatro da tarde. Por isso, os times têm adaptado até as rotinas de treino. 

“Nós começamos a trabalhar hoje mais cedo, a gente trouxe o treino mais cedo e quando o treino é no período da tarde, mais tarde. Para que a gente fuja desse calor intenso e tenha mais qualidade na hora do treinamento”, explica o preparador.

Para além das estratégias, o futebol precisa - com urgência - acompanhar o debate sobre a crise climática no mundo. As pausas para hidratação, um dia, podem ser insuficientes. E é por isso que a gente precisa cuidar do planeta que abriga o país do futebol.

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.