A fronteira do Brasil com o Paraguai, no Mato Grosso do Sul, é um lugar estratégico para o esquema do crime organizado. Na região, onde há uma disputa violenta pelo tráfico, advogados atuavam a mando do Comando Vermelho, em ação para conter o avanço da facção rival, o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Uma investigação do Ministério Público do Mato Grosso do Sul (MP-MS) apontou que quatro advogados e um estagiário de direito, presos em uma operação no início de maio, faziam parte do chamado “setor dos gravatas”.
O grupo é acusado de transmitir recados ligados ao tráfico e de fazer transferências bancárias a mando de presos. A apuração ainda descobriu que os advogados e o estagiário chegaram a negociar a venda de drogas para a facção criminosa.
Os esquemas eram coordenados por presos que usavam celulares numa penitenciária de segurança máxima, em Campo Grande, capital sul-mato-grossense. Mais de 90 integrantes do Comando Vermelho foram alvos da operação que ocorreu em seis estados. Alguns até estavam presos, mas, mesmo assim, atuavam no esquema.