Uma ação do Ministério Público do Rio de Janeiro flagrou as chaves das celas de um presídio nos bolsos dos próprios milicianos presos. Entre eles está o ex-vereador Cristiano Girão, responsável pela milícia que atua na zona oeste da capital e condenado por contratar o ex-PM Ronie Lessa para matar um rival, na disputa pelo controle de terrar no Anil, na mesma região.
Lessa também está preso e é acusado de matar a vereador Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
A irregularidade foi constatada na Cadeia Pública Joaquim Ferreira, destinada prioritariamente a ex-policiais, ex-bombeiros e ex-agentes públicos, muitos envolvidos com a milícia.
A operação dos promotores aconteceu, no último sábado (28), após denúncias da BandNews FM de regalias e capilaridade do crime organizado dentro dos presídios no Rio. Entre os relatos está a associação de milicianos a facções criminosas acontecendo dentro das cadeias públicas do Complexo de Gericinó, em Bangu, também na zona oeste.
Na ação do Ministério Público, foram encontrados ainda dezessete celulares, quatro roteadores, quatro televisões com acesso à rede Wi-fi, além de dois pen drives e mais de R$ 12 mil em espécie.
Apesar de a operação ter sido desencadeada pela 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Bangu e Campo Grande, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que novas ações estão sendo planejadas para acabar com irregularidades no sistema carcerário do Rio.