"Maior desastre já ocorrido na história da Bahia", diz governador sobre chuvas

Rui Costa diz que houve "efeito cascata" em barragens particulares e que existem comunidades que seguem isoladas pelas cheias

Da Redação, com Bora Brasil

Governador da Bahia, Rui Costa (PT) classificou as cheias causadas pelas fortes chuvas que atingem o estado neste mês de dezembro como a maior tragédia da história do estado. 

Até esta segunda-feira (27), os temporais e cheias deixaram 72 cidades em estado de emergência, com 20 pessoas mortas, centenas de feridas, mais de 30 mil desabrigados e outros 30 mil desalojados. Ele ainda agradeceu a ajuda vinda de outros estados para ajudar os afetados pelas cheias.

“Quero agradecer ao estado de São Paulo, ao estado de Minas Gerais, do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Sergipe, do Maranhão, do Ceará, que enviaram ajuda aqui para o nosso estado. E hoje devem chegar mais equipes e mais ajuda, porque a extensão territorial [afetada] é muito grande. É o maior desastre já ocorrido na história da Bahia, os bombeiros não têm registro de tragédia com esta dimensão”, disse Costa em entrevista ao Bora Brasil.

Sobre a onda de solidariedade que tem sido vista entre os brasileiros, com artistas divulgando campanhas de ajuda às cidades afetadas pelas fortes chuvas, o governador baiano aponta que além de alimentos, as famílias precisam de roupas e utensílios domésticos. 

Costa ainda disse que ainda existem comunidades rurais afetadas que seguem isoladas e precisam de ajuda e que as barragens que se romperam foram de propriedades particulares, que não aguentaram o grande volume de água, criando um “efeito dominó”.

“Em algumas cidades, a chuva foi até pequena. Mas foi a enchente do rio e veio como uma grande maré, que destruiu tudo e essa é a nossa preocupação, de haver mais rompimentos em função do solo estar muito encharcado”, disse.

Vídeo: botijões de gás são arrastados por enxurrada na Bahia

Costa ainda destacou a coordenação conjunta entre municípios, estados e governo federal – o ministro da Cidadania, João Roma, está na Bahia para acompanhar os trabalhos. E pediu que os moradores tenham cuidados ao retornar às casas após o nível da água baixar, por conta do risco de desabamento, já que a estrutura dos imóveis pode ficar comprometida por conta da força da enxurrada.

Apesar das cenas de resgates dramáticos em diversas cidades, Rui Costa pediu que os turistas que tenham as cidades litorâneas como destino e ficam próximas a locais afetados pelas enchentes, como Ilhéus e Porto Seguro, não desmarquem seus planos, já que esses locais seguem aptos a receberem os turistas, inclusive com esses aeroportos funcionando normalmente.

“Eu peço a todos que têm viagens programadas que mantenham suas viagens, até porque as essas cidades têm sua renda, seu emprego vinculados muitas vezes ao turismo. É importante que todos mantenham sua vinda. A maior parte dos hotéis, quase a totalidade dos hotéis, dos pontos turísticos, o destino turístico dessas pessoas, estão mais ao litoral. Acabei de passar agora aqui no litoral de Ilhéus, as ruas estão preservadas até porque é mais fácil a água chegar no mar e, portanto, os danos são menores”, justificou.

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