Uma droga mais potente feita em laboratório é a nova sensação das baladas de alto nível de São Paulo. A “maconha dos playboys”, como é chamada pela polícia, é vendida em aplicativos de celulares e grupos restritos e pode chegar a custar até R$ 500.
A maconha “gourmetizada” é produzida à base de haxixe e recebe texturas e sabores diferenciados, às vezes com essência de frutas.
No começo do mês, uma operação fechou um laboratório onde esse tipo de maconha estava sendo produzido. A ação ocorreu em Carapicuíba, na Grande São Paulo, e um homem que estava armado no local foi preso. Ele foi a terceira pessoa detida da mesma quadrilha nos últimos meses.
“Ela não é a maconha in natura. Ela é sintetizada com outras substâncias químicas, com essências, com sabores. Então, até em razão disso, eles elevam o preço porque o público alvo destas drogas não é o usuário comum”, afirmou Estevão Castro, da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), de Barueri.
Para a pesquisadora Clarice Sandi Madruga, por ser da família da cannabis, a droga pode dar a impressão de ser menos nociva à saúde, o que não é verdade. “Pode até ser considerada semi-sintética, porque se passe da droga natural, mas se modifica a molécula. (…) e também está muito mais associada a riscos”, declarou.
Drogas à base de cetamina
Além da “maconha dos playboys”, a polícia vem fazendo cada vez mais apreensões de drogas à base de cetamina, conhecida como “Super K”. A cetamina é um anestésico de uso humano e veterinário, composto também é utilizado no tratamento da depressão, seu uso em drogas também traz muitos riscos à saúde.
A polícia suspeita que a droga tenha causado a morte de Didja Cardoso, ex-sinhazinha do Garantido, no fim do mês passado, em Manaus.
Há a suspeita de que a cetamina era usada em um ritual liderado por Didja e a família. Ela causa efeitos alucinógenos de bem-estar e tem potencial sedativo quando usado como droga recreativa.
"Drogas K"
Outro tipo de droga, preparada em laboratório, que imita o princípio ativo da maconha, vem causando preocupação nas autoridades sanitárias. Elas são conhecidas como drogas K – K9, K2 e Spicy – e têm 60% mais chances de causar dependência.
“Ela é uma droga em outra categoria. Ela se tornou um dos estimulantes mais perigosos que tem no mercado, ele está mais associado a morte por problemas cardíacos. E a gente está vendo um grande problema de uso dessa droga para adulterar outras drogas”, pontuou a pesquisadora Clarice Sandi Madruga.