O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou neste domingo (29) a morte do ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter e afirmou que o americano era um amante da democracia e defensor da paz.
Jimmy Carter morreu aos 100 anos neste domingo. A informação foi confirmada pelo Carter Center, fundação filantrópica fundada por ele após deixar a Casa Branca.
“Jimmy Carter foi senador, governador da Geórgia e presidente dos Estados Unidos. Foi, acima de tudo, um amante da democracia e defensor da paz”, escreveu Lula. “Carter conseguiu a façanha de ter um trabalho como ex-presidente, ao longo de décadas, tão ou mais importante que o seu mandato na Casa Branca”, pontuou o brasileiro.
Na publicação, Lula lembrou que, no fim dos anos de 1970, Carter pressionou a ditadura brasileira pela libertação de presos políticos. “Depois, como ex-presidente, continuou militando pela promoção dos direitos humanos, pela paz e pela erradicação de doenças na África e na América Latina”.
“Será lembrado para sempre como um nome que defendeu que a paz é a mais importante condição para o desenvolvimento. Meus sentimentos aos seus familiares, amigos, correligionários e compatriotas nesse momento de despedida”, finalizou.
Morte de Jimmy Carter
Segundo comunicado divulgado pelo Carter Center, o americano faleceu em sua casa em Plains, na Geórgia, "pacificamente" e "cercado por sua família".
"Meu pai foi um herói, não apenas para mim, mas para todos que acreditam na paz, nos direitos humanos e no amor altruísta", disse seu filho, Chip Carter. "Meus irmãos, minha irmã e eu o compartilhamos com o resto do mundo por meio dessas crenças comuns. O mundo é nossa família devido à maneira como ele uniu as pessoas, e agradecemos por honrar sua memória ao seguir a viver de acordo com essas crenças."
Fazendeiro de amendoim que virou presidente
Carter foi o primeiro presidente dos EUA a nascer em um hospital, em 1º de outubro de 1924, filho de uma enfermeira e do proprietário de um armazém geral. Após uma infância marcada pela Grande Depressão, ele estudou na Academia Naval e se apaixonou pela amiga de sua irmã, Rosalynn Smith.
Os Carter se casaram em 1946 e permaneceram juntos por 77 anos, até a morte de Rosalynn em novembro de 2023, aos 96 anos de idade.
Carter era relativamente desconhecido fora da Geórgia quando conquistou a indicação para ser o candidato do Partido Democrata e, posteriormente, a Casa Branca, em 1976.
Ele promoveu políticas moderadamente progressistas durante seu único mandato, e também foi prejudicado pelo mal-estar econômico e pela crise dos reféns no Irã em 1980, quando perdeu a disputa à reeleição para Ronald Reagan.
Carter ficou mais conhecido por definir o conceito de "pós-presidência". Juntamente com sua esposa, ele trabalhou para promover causas humanitárias em todo o mundo e ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2002.