O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ser submetido a novos exames ao longo desta semana após sofrer um acidente doméstico no último sábado (19). Devido ao ferimento, o petista cancelou sua viagem a cúpula dos Brics, que acontece em Kazan, na Rússia.
O médico de Lula, doutor Roberto Kalil Filho, recomendou que o presidente não ficasse por muitas horas dentro de um avião. Por conta disso, o político participará da cúpula dos Brics por videoconferência.
Apesar do cancelamento da viagem, Lula, que segue sendo observado pela equipe médica, cumprirá agenda normalmente ao longo desta semana em Brasília.
Segundo informações do Hospital Sírio Libanês, em Brasília, o presidente deu entrada na unidade de saúde no sábado devido a um acidente doméstico, com "ferimento corto-contuso em região occipital". A Band apurou que Lula levou alguns pontos na parte de trás da cabeça, um pouco acima da nuca, após escorregar e cair no banheiro do Palácio da Alvorada.
Devido o cancelamento da ida de Lula, o governo federal anunciou que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi designado para chefiar a delegação do país que participará da cúpula dos Brics, em Kazan, na Rússia.
“O ministro Mauro Vieira foi designado para chefiar a delegação brasileira que participará da cúpula dos BRICS, em Kazan, na Rússia. O Ministro embarca esta noite para participar da reunião. O Presidente Lula participará virtualmente da sessão de chefes de Estado dos países membros”, informou o Itamaraty em nota.
Cúpula dos Brics
Será o primeiro encontro com os novos países-membros do bloco desde a admissão da Arábia Saudita, Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes. A cúpula vai de 22 a 24 de outubro.
Apesar de não ter uma pauta específica, o embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, disse que o tema principal do encontro deve ser a criação de um modelo de adesão aos Brics por parte dos chamados “países parceiros”. Uma categoria de participação sem as mesmas prerrogativas dos países-membros, com direitos plenos.
Entre os outros temas que deverão ser abordados no encontro estão a crise do Oriente Médio, operação política e financeira dentro do bloco, além da análise dos relatórios do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) - comandado pela ex-presidente Dilma Rousseff -, do Conselho Empresarial do Brics e da Aliança Empresarial das Mulheres.
O governo russo informou que 32 países confirmaram presença no evento, com a presença de 24 líderes de Estado. Dos dez países-membros do bloco, oito contarão com seus representantes máximos, com a exceção agora do presidente do Brasil e da Arábia Saudita, que enviará seu ministro de Relações Exteriores.
No encontro, deve ser anunciada também uma declaração cujo teor é o fortalecimento do multilateralismo para um “desenvolvimento global justo e seguro”.
A partir do próximo ano, o Brasil assumirá a presidência do Brics, que tem comando rotativo para o tempore com mandatos de um ano.