O julgamento de Paulo Cupertino, acusado de matar o ator Rafael Miguel e os pais dele, foi anulado na noite desta quinta-feira (10) após o réu destituir o próprio advogado de defesa. Por conta disso, a audiência será retomada em uma nova data, com um novo corpo de jurados.
A decisão de Cupertino aconteceu durante o depoimento de duas testemunhas, Vanessa Tibcherani, a ex-mulher, e Isabela Tibcherani, a filha, no Fórum da Barra Funda, em São Paulo.
No relato, elas destacaram o comportamento agressivo de Cupertino e o apontaram como o responsável pelo triplo homicídio qualificado. Ainda não há definição para composição do novo júri e remarcação do julgamento.
Caso tivesse seguido o curso normal, ainda seriam ouvidas, na quinta-feira, outras 13 testemunhas. Cupertino permanece preso preventivamente e deve ser intimado para constituir uma nova defesa.
Depoimento da ex-mulher
Vanessa Tibcherani, mãe de Isabella e ex-mulher de Paulo Cupertino, relatou uma rotina de violência doméstica e ameaças de morte constantes ao lado do homem.
Segundo o repórter Marcelo Moreira, do Brasil Urgente, Vanessa demonstrou revolta pelo crime e chorou diversas vezes. Ela comentou que, por mais de 40 vezes, foi agredida e ameaçada de morte e afirmou que chegou a procurar a polícia uma vez.
A relação com os filhos era fria e distante, segundo Vanessa. Mas, com Isabella, a relação era de ciúme doentio. A menina não tinha convivência com amigos e nem vida social.
Ao saber do namoro, Cupertino teria tido um ataque de fúria. Na noite anterior ao crime, Isabella e Rafael Miguel saíram para uma festa na escola do irmão e a mãe ficou na porta para evitar que o pai fosse ao local para causar uma briga.
Relembre o caso
O crime aconteceu em junho de 2019, e Cupertino só foi preso em 2022, em um hotel na capital paulista, após passar anos foragido, escondido em cidades do Mato Grosso do Sul e também no Paraguai.
Segundo a investigação, ele não aceitava o relacionamento da filha, Isabela Tibcherani, com o ator Rafael Miguel. Os assassinatos aconteceram quando o jovem, então com 22 anos, foi até a casa de Cupertino com os pais, João Alcisio Miguel, de 52 anos, e Miriam Selma Silva Miguel, de 50, para tentar acalmar a situação. O acusado atirou treze vezes contra a família e fugiu.
A filha e a esposa de Cupertino, Vanessa Tibcherani, pediram à Justiça para depor por videoconferência, para que não precisassem se encontrar com ele. O pedido foi negado, mas foi permitido que as duas dessem os depoimentos sem a presença do homem.