O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, rejeitou nesta quinta-feira (26) uma proposta de cessar-fogo com o grupo libanês Hezbollah feita pelos Estados Unidos e França.
"Não haverá cessar-fogo no norte. Continuaremos a lutar contra a organização terrorista Hezbollah com todas as nossas forças até a vitória e o retorno seguro dos moradores do norte para suas casas", escreveu Israel Katz nas redes sociais.
Os países propuseram um cessar-fogo imediato de 21 dias ao longo da fronteira entre Israel e Líbano, ao mesmo tempo em que reforçaram o apoio a uma trégua na Faixa de Gaza, no conflito que está prestes a completar um ano.
Segundo a agência de notícias Reuters, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que ainda não havia dado resposta à proposta de trégua, mas pediu força total contra alvos do Hezbollah no Líbano.
A região na fronteira entre Israel e o Líbano tem sido palco de ataques quase diários entre os militares israelenses e o Hezbollah desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista islâmico Hamas, motivada pelo ataque terrorista de 7 de outubro do ano passado.
Os bombardeios israelenses nesta semana contra alvos do Hezbollah em diferentes partes do Líbano deixaram 596 mortos, incluindo 50 crianças, 94 mulheres e um jovem brasileiro de 15 anos, segundo autoridades libanesas. O grupo xiita apoiado pelo Irã reagiu com o lançamento de mísseis. A escalada no conflito levou 90 mil libaneses a abandonarem suas casas na região.
Brasileiro morto
O Itamaraty confirmou que um adolescente brasileiro morreu durante os ataques no Líbano. O jovem tinha 15 anos e, segundo fontes da diplomacia brasileira, vivia com o pai, paraguaio, que também morreu.
Essa é a primeira morte de um brasileiro desde a intensificação do confronto entre Israel e Hezbollah, no último domingo (22).
Israel prepara ofensiva terrestre no Líbano
O sul e o leste do Líbano foram atacados por Israel pelo terceiro dia consecutivo. O ataque desta quarta-feira (25) foi uma resposta de Israel ao míssil balístico Qader 1, de fabricação iraniana, lançado pelo Hezbollah. O alvo era a sede do Mossad, a agência de espionagem israelense, mas sirenes de Tel Aviv deram o alerta, e o sistema de defesa israelense conseguiu interceptar e destruir o artefato.
O Hezbollah culpa o Mossad pelo recente assassinato de seus líderes e acusa a agência de espionagem de explodir pagers e walkie-talkies do grupo xiita, matando 39 pessoas e ferindo quase 3 mil.
Agora, o Exército de Israel se prepara para uma possível ofensiva terrestre contra o Líbano. O anúncio foi feito às tropas pelo chefe das Forças de Defesa.
Líderes mundiais continuam acompanhando com preocupação a escalada dos bombardeios – que ocorre paralelamente à guerra em Gaza. O premiê britânico Keir Starmer e o secretário-geral da ONU, António Guterres, disseram que os conflitos levaram a região “ao seu limite”. Já o papa Francisco chamou os ataques de Israel ao Líbano de “inaceitáveis”.
O premiê israelense Benjamin Netanyahu autorizou a abertura de negociações com os Estados Unidos para um cessar-fogo temporário na região. Para o presidente norte-americano, Joe Biden, uma guerra total no Oriente Médio é “possível, porém, evitável”.