O governo de Israel ajudou um soldado a deixar o Brasil após a Justiça brasileira determinar que ele fosse investigado por crimes de guerra na Faixa de Gaza enquanto passava as férias no Morro de São Paulo, arquipélago na Bahia.
O homem era alvo de uma ação judicial da Fundação Hind Rajab, que o acusa de participar da “demolição de diversas casas de civis durante o conflito em Gaza”. A decisão é de 30 de dezembro. A Polícia Federal ficou encarregada da investigação, já que o crime não foi cometido em solo nacional e o suspeito não era brasileiro.
A Fundação Hind Rajab descreveu a medida como “um passo fundamental para a responsabilização por crimes cometidos em Gaza durante quase 15 meses de guerra”.
Em nota, a embaixada de Israel no Brasil afirmou que a ação criminal “está explorando de forma cínica os sistemas legais para fomentar uma narrativa anti-Israel tanto globalmente quanto no Brasil, apesar de saber plenamente que as alegações carecem de qualquer fundamento legal”.
O Tribunal Internacional de Justiça está investigando separadamente alegações de genocídio. O caso no Brasil levantou a possibilidade de que soldados israelenses de baixo escalão também possam enfrentar processos judiciais enquanto estiverem no exterior.
Israel rejeita as acusações internacionais, afirmando que suas forças em Gaza agem de acordo com o direito internacional e que quaisquer violações são punidas dentro de seus sistemas judiciais.
O governo israelense culpa o Hamas pelas mortes de civis, dizendo que o grupo terrorista esconde túneis e outras infraestruturas em edifícios residenciais, tornando necessária sua demolição.