Pelo menos 90.830 imóveis continuam sem energia elétrica na tarde desta quarta-feira (16) após o temporal que atingiu a capital e a região metropolitana de São Paulo na semana passada. Moradores estão há mais de 100 horas sem luz.
Em nota enviada à Band, a concessionária Enel informou que, desse total, 5,2 mil se referem a ocorrências registradas no temporal da última sexta-feira (11).
“As equipes atuam, desde os primeiros momentos da tempestade de sexta-feira, no restabelecimento de energia para os clientes que tiveram o serviço afetado e para aqueles que ingressaram com chamados de falta de luz ao longo dos últimos dias”, informou.
O governador Tarcísio de Freitas se juntou, nesta terça-feira (15), ao prefeito, Ricardo Nunes, na defesa da cassação da concessão da Enel.
A prefeitura de São Paulo também entrou com uma ação na Justiça para que a companhia restabeleça imediatamente a energia em todas as regiões da capital paulista que enfrentam falta de luz, sob multa de R$ 200 mil por dia se não cumprir a determinação.
Na segunda-feira (14), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o governo federal deu um prazo de três dias para a concessionária resolver os problemas de maior volume em São Paulo.
A Enel recebeu o reforço de equipes de outros grupos de distribuição de energia, como Light, Neoenergia, Elektro, EDP, para atuarem na área de concessão da companhia. Além disso, a empresa mobilizou profissionais de suas distribuidoras do Chile, Itália, Espanha e Argentina e equipes do Rio de Janeiro e do Ceará.
Prejuízo bilionário para a economia
O apagão que afeta parte da cidade de São Paulo está gerando prejuízos graves aos setores do varejo e de serviços, segundo um levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) divulgado nesta segunda-feira (14). O cálculo da entidade aponta que o prejuízo já ultrapassa R$ 1,65 bilhão.
O levantamento considera o faturamento que ambos os setores deixaram de registrar no período e as perdas brutas. Esse valor, segundo a entidade, deverá ser maior, porque a Enel não forneceu respostas concretas sobre o retorno do serviço aos consumidores.
Os números da FecomercioSP mostram que só o varejo paulistano teve prejuízos de pelo menos R$ 536 milhões nos dias em que parte dos agentes do setor ficou sem funcionar. No caso dos serviços, as perdas somaram R$ 1,1 bilhão.
“Esses dados foram compilados levando em conta que, aos fins de semana, o comércio de São Paulo tende a faturar, em média, R$ 1,1 bilhão por dia, enquanto os serviços têm receitas de R$ 2,3 bilhões”, informou a FecomercioSP.
Em nota, a federação afirmou que está trabalhando desde o dia que começou o apagão, na última sexta-feira (11), para colaborar com os setores mais afetados pela falta de energia, dialogando com autoridades – como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a prefeitura de São Paulo – e, em paralelo, exigindo que a Enel faça a restauração da distribuição com o máximo de urgência possível.
“Para a FecomercioSP, é inaceitável que a maior metrópole brasileira sofra com constantes cortes de energia, como vem acontecendo nos últimos meses. Pior do que isso, a cidade não pode ficar tanto tempo sem eletricidade em meio a esses episódios. A falta desse serviço básico acarreta problemas significativos para a população e prejuízos enormes ao empresariado”, pontuou a entidade em comunicado.