Gusttavo Lima deve voltar ao Brasil entre quarta (25) e quinta-feira (26) para cumprir a agenda de shows marcados para o fim de semana. 

O cantor sertanejo está em Miami, na Flórida, Estados Unidos, desde que foi alvo de um mandado de prisão preventiva, na segunda (23), em meio à Operação Integration, que investiga lavagem de dinheiro em jogos ilegais. Na terça (24), porém, a Justiça concedeu um habeas corpus e revogou a prisão.  

A decisão foi proferida pelo desembargador Eduardo Guillio de Maranhão e revogou também a apreensão de passaporte e do registro de arma de fogo. Em nota, a equipe do músico disse que recebeu a notícia “com muita tranquilidade e sentimento de justiça” e criticou a atuação da juíza Andréa Calado da Cruz, a responsável pelo pedido inicial de prisão. 

A decisão da juíza de origem estabeleceu uma série de presunções contrárias a tudo que já se apresentou nos autos, contrariando inclusive a manifestação do Ministério Público do caso.

“A relação de Gusttavo Lima com as empresas investigadas era estritamente de uso de imagem e decorrente da venda de uma aeronave. Tudo feito legalmente, mediante transações bancárias, declarações aos órgãos competentes e registro na ANAC. Tais contratos possuíam diversas cláusulas de compliance e foram firmados muito antes de que fosse possível se saber da existência de qualquer investigação em curso”, diz ainda o comunicado.

“Gusttavo Lima tem e sempre teve uma vida limpa e uma carreira dedicada à música e aos fãs. Oportunamente, medidas judiciais serão adotadas para obter um mínimo de reparação a todo dano causado à sua imagem”, completa a nota.

De acordo com informações do site oficial, o artista se apresentará no sábado (27) em Marabá e no domingo (28) em Parauapebas, no Pará. 

Relembre o caso

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou a prisão do cantor Gusttavo Lima, na tarde desta segunda-feira (23), após um desdobramento da Operação Integration – a mesma que prendeu a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra por lavagem de dinheiro e jogos ilegais. 

O mandado de prisão preventiva, expedido pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, cita a relação do sertanejo com outros investigados e movimentações financeiras suspeitas.

“É imperioso destacar que Nivaldo Batista Lima [verdadeiro nome de Gusttavo Lima], ao dar guarida a foragidos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas. A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado”, diz a decisão.

Em outro trecho, a juíza fala sobre uma viagem a Atenas, na Grécia, e lhas Canárias, na Espanha, feita por Gusttavo Lima, em um jato particular, para comemorar seu aniversário com José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha, sócios da empresa VaideBet. Segundo ela, o sertanejo, na ocasião, teria auxiliado na fuga dos investigados, que não retornaram ao Brasil. 

“No dia 7 de setembro de 2024, o avião de matrícula PS-GSG retornou ao Brasil, após fazer escalas em Kavala, Atenas e Ilhas Canárias, pousando na manhã do dia 8 de setembro no Aeroporto Internacional de Santa Genoveva, em Goiânia. Curiosamente, José André e Aislla não estavam a bordo, o que indica de maneira contundente que optaram por permanecer na Europa para evitar a Justiça.”

A prisão não pode ser vista apenas como uma medida punitiva, mas como um mecanismo de proteção da sociedade e um meio de garantir que a Justiça prevaleça.

Além da prisão, foi determinado o sequestro de bens do cantor e de suas empresas (Balada Eventos e Produções Ltda e GSA Empreendimentos e Participações Ltda), a apreensão do passaporte e a suspensão do porte de arma de fogo, se houver. 

Na ocasião, a Polícia Federal confirmou à Polícia Civil, responsável pela operação, que o cantor Gusttavo Lima deixou o Brasil e estava em Miami, na Flórida, Estados Unidos, em uma mansão recém-comprada avaliada em R$ 65 milhões. 

A decisão do desembargador Eduardo Guillio de Maranhão que revogou a prisão saiu na terça (24), mesmo dia em que Deolane Bezerra e a mãe, Solange, deixaram a prisão.