O governo do Rio de Janeiro implementou nesta quinta-feira (7) o chamado “corredor de segurança” pela Polícia Militar no bairro de Copacabana, na zona sul da capital fluminense. A medida consiste no posicionamento estratégico das viaturas, que vão ficar baseadas ao longo da Avenida Nossa Senhora de Copacabana e da Av. Atlântica, na orla da praia, das 18h às 23h.
Além do corredor de segurança, o coronel Luiz Henrique Marinho Pires, secretário da Polícia Militar, afirmou que também houve aumento de efetivo no patrulhamento e de abordagens a suspeitos.
“A gente sabe que nos últimos dias alguns acontecimentos têm tirado a tranquilidade da população e iremos, aqui, com o compromisso de buscar a tranquilidade, mostrar à população, para que se tenha uma sensação melhor de segurança”, disse o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, Victor César dos Santos.
Em entrevista coletiva logo após a reunião, o secretário de Polícia Civil, Marcus Amim, reforçou que a instituição está investigando os casos de roubos, furtos e também de agressões feitas por grupos de justiceiros que estão indo às ruas atrás de suspeitos, mas destacou o papel do judiciário nesse processo.
Na noite de quarta-feira (6), um homem foi preso e um adolescente apreendido suspeitos de participação na agressão a um idoso de 67 anos em Copacabana. A polícia ainda procura pelos outros envolvidos. O caso aconteceu no sábado (2). A vítima tentava proteger uma mulher durante um roubo. O bandido que deu um soco no idoso é Vitor Hugo, de 22 anos, que teve nove passagens por assalto, furto e tráfico de drogas enquanto adolescente e, depois que atingiu a maioridade, chegou a ser preso duas vezes. Vitor Hugo ainda não foi localizado.
Ainda nesta quinta (7), autoridades das forças de segurança fizeram uma reunião para alinhar as ações, como explicou o secretário de Segurança Pública, Victor César Carvalho dos Santos.
A reação das autoridades acontece depois da escalada de violência em Copacabana nos últimos dias. Dados do Instituto de Segurança Pública mostram crescimento de 25% no número de roubos de janeiro a outubro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022.
Ação de "justiceiros"
Copacabana também virou palco de outra violência, a ação de “justiceiros”. Declarando-se insatisfeitos com os episódios de assaltos violentos no bairro, grupos de moradores resolveram fazer justiça com as próprias mãos e se unir contra os criminosos. Por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens, passaram a convocar outras pessoas a reagirem aos roubos na área turística carioca e a se vingarem de suspeitos desses crimes.
Vídeos e mensagens veiculados pela imprensa carioca mostram pessoas incitando a agressão contra os assaltantes.
Sobre esses casos, a Polícia Civil disse que está trabalhando com o setor de inteligência para identificar as pessoas envolvidas. Foram feitos dois registros de ocorrência sobre o caso e uma vítima foi encontrada, ouvida e levada para fazer exame de corpo de delito.
O governo ressaltou que esses crimes não serão tolerados e que a população precisa confiar nas leis, polícias, Ministério Público e Poder Judiciário, que são as instituições que devem agir quando esses crimes acontecem.