A força-tarefa da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou nesta quarta-feira (13) que os policiais civis citados por Vinicius Gritzbach em delação foram afastados do trabalho. O empresário foi assassinado no Aeroporto Internacional de Guarulhos oito dias após confirmar a denúncia, que havia sido feita inicialmente ao Ministério Público, à Corregedoria da Polícia Civil.
A pasta não informou quantos agentes foram afastados e nem os nomes. Segundo a Delegacia Geral de Polícia, eles foram encaminhados para funções administrativas.
“Os policiais civis citados nas oitivas do homem morto no último dia 8, no aeroporto de Guarulhos, foram afastados do trabalho operacional enquanto as denúncias são devidamente apuradas”, declarou a Secretaria de Segurança Pública em nota enviada à Band.
Na terça (12), a Secretaria de Segurança Pública (SSP) já havia afastado oito policiais militares por suspeita de envolvimento na morte de Gritzbach. Em nota, a instituição declarou que abriu um inquérito há mais de um mês que investiga a participação dos homens na escolta do empresário.
Delação confirmada
Em 31 de outubro, Gritzbach confirmou à Corregedoria da Polícia Civil a delação que havia feito ao Ministério Público do Estado de São Paulo contra policiais civis. Na ocasião, ele denunciou os agentes por extorsão.
A informação foi dada pelo secretário de Segurança Pública (SSP-SP), Guilherme Derrite, em entrevista coletiva nesta segunda (11). “A gente não descarta a possibilidade (de ter policiais entre os atiradores que mataram Gritzbach). O mais importante de falar é isso: a gente não descarta nenhuma possibilidade, na verdade. Até porque ele delatou policiais civis na própria Corregedoria da Polícia Civil, que foi um desdobramento da delação dele no Ministério Público”, disse.
Na ocasião, Derrite afirmou que a investigação não tem, até o momento, nenhum indício de que policiais tenham participado da ação no aeroporto, mas ressalvou que "alguns fatos chamam a atenção”.
Morte do delator do PCC
Um tiroteio no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, nesta sexta-feira (8),teve como alvo o empresário Antônio Vinicius Gritzbach, que acabou executado após ser atingido por 10 disparos de fuzil e metralhadora. A ação criminosa, com pelo menos 30 disparos, feriu outras duas pessoas e causou a morte de um motorista de transporte por aplicativo que estava no local.
O empresário tinha R$ 1 milhão na bagagem em joias no momento que foi baleado. Entre os itens estavam pedras preciosas, colares, correntes, anéis, brincos, pulseiras e até um relógio Rolex.
A suspeita do ataque é atribuída a membros do PCC, já que Vinicius é acusado de mandar matar Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue", seu braço direito. Os dois foram executados a tiros de fuzil no bairro do Tatuapé, em dezembro de 2021. De acordo com o Ministério Público, o traficante morto em 2021 era peça-chave da logística do tráfico internacional de drogas e responsável pela rota da cocaína entra a Bolívia, o Brasil e a Europa a partir do Porto de Santos (SP).
A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a execução. A corporação declarou, por meio de comunicado, que a investigação será realizada de forma integrada com Polícia Civil de São Paulo e decorre da função de polícia aeroportuária da instituição. Para investigar a execução no Aeroporto de Guarulhos, a Secretara de Segurança Pública instalou uma força-tarefa, coordenada pelo secretário-executivo da SSP, delegado Osvaldo Nico Gonçalves.
Além dele, participam o delegado Caetano Paulo Filho, do Departamento de Inteligência da Polícia Civil; a delegada do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) Ivalda Aleixo; o coronel Pedro Luís de Souza Lopes, chefe do Centro de Inteligência da PM; o coronel Fábio Sérgio do Amaral, da Corregedoria da PM; e a perita criminal Karin Kawakami de Vicente.