'Foram mais de 30 tiros', diz mãe de jovem baleada por engano pela PRF em Duque de Caxias (RJ)

Vítima de 26 anos levou um tiro na cabeça e tem quadro de saúde gravíssimo

Por Pedro Dobal

A mãe da jovem que foi baleada por engano por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Rodovia Washington Luís, altura de Duque de Caxias (RJ), na noite desta terça-feira (24), véspera de Natal, disse ao Bora Brasil que o carro em que a família estava foi alvo de mais de 30 tiros. 

O caso aconteceu por volta das 21h. A família, de cinco pessoas, havia saído de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, em direção a Niterói, na região metropolitana, a caminho de uma confraternização. Os familiares disseram à reportagem que não houve nenhuma ordem de parada por parte dos policiais, que teriam “chegado atirando”. 

“Não tinha motivo para sair atirando no carro da gente. A gente estava andando normal e eles [os policiais] vieram atrás. A gente viu a luz piscando e meu marido achou que eles queriam passagem e deu. Só que eles não passaram. A gente voltou para o mesmo lado, aí começaram a atirar”, relatou a mãe. 

A jovem de 26 anos identificada como Juliana Leite Rangel levou um tiro na cabeça e foi encaminhada ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes. Ela precisou ser entubada, passou por cirurgia e tem quadro de saúde gravíssimo.

O pai da vítima levou um tiro na mão, recebeu atendimento e já foi liberado. Os outros ocupantes – a mãe, um filho e a namorada dele – não se feriram. 

“Eles começaram a metralhar o carro. Foram mais de 30 tiros, contamos as cápsulas. Isso é um absurdo. Minha filha é uma pessoa muito legal, trabalhadora, maravilhosa e está lá entubada. Só espero que Deus tenha misericórdia da vida dela. E quero justiça, essas pessoas estão tudo aí”, completou a mãe. 

De acordo com ela, quando os agentes perceberam que a jovem havia sido atingida, tentaram criar uma versão falsa para o caso. 

“Eu falei ‘aqui é família’ e eles falaram ‘vocês atiraram na gente’. Mas como? A gente nem tem arma”, disse. Desesperada, a mãe continuou gritando a um deles ”você matou minha filha, você matou minha filha". 

Ele botou a mão na cabeça, deitou no chão e ficou se batendo, ele sabe que fez besteira.

Os agentes da PRF, segundo os familiares, não socorreram a vítima. Dois policiais militares que passavam pelo local se aproximaram e prestaram o atendimento.

Em nota, a Corregedoria da PRF informou que afastou os agentes envolvidos no caso e abriu procedimento interno para apurar os fatos. A Polícia Federal também disse que instaurou inquérito e tomou as medidas iniciais, “que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”. 

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